Triagem de genótipos de arbovírus de importância clínico-epidemiológica no Brasil: Dengue 4, Chikungunya e Zika

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Rodrigues, Cintia Damasceno dos Santos
Orientador(a): Filippis, Ana Maria Bispo de, Mendonça, Marcos César Lima de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23810
Resumo: Os vírus Dengue, Zika e Chikungunya (DENV, ZIKV, CHIKV) são arbovírus, isto é, vírus transmitidos por artrópodes, responsáveis por infecções com sintomatologias agudas e inespecíficas com variado grau de intensidade. Desde a introdução do dengue na década de 80, mais de 10 milhões de casos já foram notificados no Brasil. Os primeiros casos autóctones confirmados de CHIKV no Brasil foram registrados no estado do Amapá, em 2014. Em abril de 2015 foi confirmada a introdução do ZIKV no país, no estado da Bahia e um após, ZIKV havia se espalhado por quase todo território brasileiro. Essas três arboviroses representam um enorme impacto para a saúde pública brasileira. O DENV e o ZIKV são arbovírus pertencentes ao gênero Flavivivirus, família Flaviviridae e o CHIKV ao gênero Alphavivirus, família Togaviridae. Ao contrário do DENV, que é subdividido em quatro sorotipos (DENV1-4), o CHIKV e ZIKV são sorotipos únicos, os três são vírus RNA e sujeitos a apresentar altas taxas de mutação devido a uma RNA polimerase intrinsicamente suscetível a erros. Dada a natureza desses vírus, aos rápidos ciclos de replicação, ao potencial epidêmico que adquirem, às possíveis mudanças de transmissibilidade, dentre outros fatores, geram-se variantes genéticas que costumam cumprir diferentes papéis nestes vírus, podendo assim, alterar a forma com que eles se comportam no vetor e no homem. Atualmente, diferentes métodos estão disponíveis para estudar os genomas virais e suas variações genotípicas, o sequenciamento parcial ou total do genoma por exemplo, fornece caracterização precisa de diferenças entre cepas do mesmo sorotipo, no entanto é um método laborioso e demorado Dessa forma, com o objetivo de identificar de forma mais rápida genótipos circulantes em apoio à vigilância virológica, propomos o uso do pirosequenciamento PyroMark como um método alternativo, rápido, específico e eficaz na triagem e monitoramento de genótipos de DENV-4, CHIKV e ZIKV circulantes no Rio de Janeiro. Para desenho e escolha dos primers, as regiões E1, C e NS1 foram escolhidas para CHIKV, DENV-4 e ZIKV, respectivamente. A análise filogenética feita nas sequências parciais na porção da proteína E1 do CHIKV confirmaram os resultados obtidos no pirosequenciamento, demonstrando que as amostras estudadas pertenciam ao genótipo africano ECSA. Através do uso do priosequenciamento fomos capazes de identificar e descrever pela primeira vez o genótipo ECSA nos primeiros casos autóctones do estado do Rio do Janeiro. Da mesma forma, o sequenciamento parcial das regiões de capsídeo de amostras de DENV-4 e NS1 de amostras de ZIKV, confirmou os resultados obtidos com o uso do pirosequenciador, em que as amostras analisadas de DENV-4 pertenciam aos genótipos I e II e, as de de ZIKV ao genótipo asiático. Os resultados desse estudo demonstraram que o pirosequenciamento pelo PyroMark pode ser um método alternativo eficiente, aplicado no monitoramento da introdução e circulação de genótipos de CHIKV, ZIKV e DENV-4