Glomerulonefrite associada à esquistossomose hepatoesplênica. (Estudo comparativo dos tipos histológicos em casos com e sem hepatoesplenomegalia esquistossomótica)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1986
Autor(a) principal: Ramos, Eduardo Antônio Gonçalves
Orientador(a): Andrade, Zilton de Araújo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/33575
Resumo: O trabalho se refere a um estudo histopatologico compa rativo dos rins de 36 pacientes com esquistossomose hepatoes- plênica e glomerulonefrite crónica, e dos rins de um grupo con trole, da mesma região, formado por 36 pacientes com glomerulo nefrite, mas sem esquistossomose hepatoesplênica. Os resultados revelarami que os tipos histológicos de glomerulonefrite mais encontrados em pacientes com esquistosso mose hepatoesplenica foram: glomerulonefrite mesangiocapilar (33,2%), glomerulonefrite proliferativa mesangial (25%) seguida de esclerose glomerular focal (16,7%) e de glomerulonefrite esclerosante (8,3%). No grupo controle, as glomerulopatias mais observadas foram: glomerulonefrite proliferativa endocapi- lar (27,8%), glomerulonefrite mesangiocapilar (19,4%), glomeru lonefrite proliferativa mesangial (13,9%), vindo a seguir a glomerulonefrite esclerosante (11,1%) e a esclerose glomerular focal (8,3%). Estes dados foram analisados estatisticamente através do teste de qui quadrado, (p<0,05), concluindo-se que não existem diferenças estatisticamente significantes entre os tipos histológicos de glomerulonefrite encontrados em ambos os grupos. Exceção foi feita com a glomerulonefrite proliferativa endocapilar, que foi estatisticamente mais prevalente no grupo controle. Os dados agora obtidos estão em desacordo com aqueles da literatura e demonstram que, na mesma região (Salvador- Bahia) não parece haver influência da infecção esquistossomótica no predomínio dos tipos histológicos de glomerulonefrite mais encontrados. Contudo, verificou-se que, o conjunto formado por glomerulonef rite mesangio-capilar e glomerulonefrite proliferativa mesangial foi estatisticamente mais prevalente no grupo dos pacientes com esquistossomose hepatoesplênica. Portanto, pare- ce existir um envolvimento predominante e peculiar do mesangio em glomerulonefrites que incidem em portadores de hepatoesple- nomegalia esquistossomótica. Este dado está de acordo com alguns relatos da literatura os quais evidenciam que, frequentemente, pode haver comprometimento mesangial quando o rim é envolvido no curso de algumas doenças infecciosas e parasitárias, como é o caso da malaria causada pelo Plasmodium malariae e possivelmente também na leishmaniose visceral.