Perfil comportamental e prevalência da infecção pela Chlamydia trachomatis em adolescentes do sexo feminino residentes na região de Maruípe em Vitória, ES

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Miranda, Angélica Espinosa Barbosa
Orientador(a): Szwarcwald, Celia Landmann, Gadelha, Angela Maria Jourdan
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4386
Resumo: Este estudo teve como objetivo descrever o padrão de comportamento de risco para as infecções sexualmente transmissíveis e estimar a prevalência de Chlamydia trachomatis entre adolescentes do sexo feminino, de 15 a 19 anos de idade, residentes na região de Maruípe em Vitória, ES, área assistida pelo Programa de Saúde da Família (PSF). Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de ética e Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz. A tese foi apresentada sob a forma de artigos. No primeiro deles, foi apresentada uma revisão bibliográfica sobre o impacto da infecção pela Chlamydia trachomatis (CT) na saúde reprodutiva, a importância de diagnóstico e tratamento precoces, bem como um levantamento dos trabalhos científicos publicados no Brasil com dados de prevalência de Chlamydia entre mulheres. A amplitude de variação da prevalência de CT, em grupos específicos de mulheres, foi de 2,1 a 20,2%. No segundo artigo, foi realizada análise descritiva do padrão de comportamento das adolescentes, de 15 a 19 anos, residentes na região de Maruípe, Vitória. Foi realizado inquérito mediante a aplicação de um questionário e da coleta de uma amostra de urina para a realização de teste LCx para Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae. A análise estatística consistiu na utilização de métodos descritivos e no uso de testes χ 2 de associação entre variáveis. Foram incluídas no estudo 464 adolescentes, das quais 69% já tinham iniciado vida sexual; 12,8% relataram história de DST, 31,6%, gravidez anterior, 3,7%, história de prostituição, e 14,0%, o uso de alguma droga ilícita. Somente 23,4% fazem uso regular de preservativos, apesar de mais de 90% ter acesso a informações sobre riscos e prevenção de DST/AIDS. A realização prévia do teste HIV foi relatada por 17% e a consulta a um serviço de saúde em intervalos regulares, por 47,6%. O terceiro artigo teve como objetivo estimar a prevalência de Chlamydia trachomatis entre as adolescentes residentes na região de Maruípe em Vitória e identificar fatores sócio-demográficos, comportamentais e clínicos associados à infecção por CT. Foram incluídas nessa análise as 320 adolescentes que relataram atividade sexual. A análise estatística consistiu em análises bivariadas para estimar a força da associação entre a infecção por CT e cada fator de risco potencial, sendo utilizado o “Odds Ratio” (OR) como medida de associação. Efeitos conjuntos das variáveis foram analisados através de procedimentos multivariados de regressão logística. A prevalência de Chlamydia trachomatis encontrada foi de 12,2% (IC 95% 10,4-14,0%) e 1,9% (IC 95% 1,1-2,7%) de gonorréia. O modelo final de regressão logística mostrou que o uso regular de preservativos é um importante fator de proteção para Chlamydia trachomatis e que ter mais de um parceiro sexual, nunca ter comprado preservativos e não ter preservativos em casa são fatores que aumentam o risco para a infecção por CT. Os resultados enfatizam a necessidade de medidas de prevenção, que deveriam incluir, entre outras, testes de rotina para detecção de infecções sexualmente transmissíveis, programas de redução de riscos e uma participação ativa dos adolescentes na elaboração e implementação das atividades propostas. O PSF tem um papel central neste processo, pois facilita a aproximação com a comunidade, o que permite traçar um perfil das demandas e dificuldades específicas dos adolescentes da área de abrangência.