Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Costa, Manuela Silva |
Orientador(a): |
Costa, Jackson Mauricio Lopes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/10288
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Resumo: |
Introdução: As leishmanioses representam um grande problema de saúde pública sendo consideradas como doença emergente e sem controle - doença de categoria 1 - e que o foco das pesquisas deve ser a aquisição de novos conhecimentos e medidas eficazes de controle. Sob o ponto de vista clínico, a leishmaniose tegumentar (LT) nas Américas apresenta as seguintes modalidades: infecção inaparente, ganglionar, cutânea localizada (LCL), cutânea disseminada (LD), cutânea difusa (LCD), recidiva cútis (LRC) e mucosa. A primeira descrição sobre LRC ocorreu na leishmaniose no Oriente com o nome “chronic lúpus-like”, definidas como lesões de aparecimento tardio e refratariedade aos tratamentos ou como uma reação peculiar do sistema imune do hospedeiro ao parasito. A LRC é uma variante da LT convencional, uma forma de cicatrização, sendo importante entender aspectos relacionados à resposta imune do hospedeiro. Objetivo: Avaliar aspectos clínico-imunológicos e terapêuticos da LRC em pacientes da região do Vale de Jiquiriçá, Bahia, Brasil. Metodologia: O estudo foi realizado no Município de Jiquiriçá, pertencente à região Sudoeste da Bahia. Os pacientes foram atendidos no ambulatório de Doenças infecciosas e Parasitárias do Centro de Referência em Doenças Endêmicas do Vale do Jiquiriçá (CERDEJJC). Realizou-se um estudo descritivo retrospectivo e prospectivo com tempo de avaliação de 13 anos, tendo início em 2001. Na 1ª fase do estudo, foi realizada revisão dos prontuários dos pacientes com LRC curados ou com lesões parcialmente cicatrizadas (melhora clínica); na 2ª fase, casos novos de LRC foram cadastrados, tratados, acompanhados e a intradermorreação de Montenegro (IDRM) foi realizada em 43% (n=28) da casuística total (65 pacientes). Os esquemas terapêuticos definidos para nosso estudo foram: 1a escolha, com a associação das drogas Antimoniato-N-metilgucamina (405mg/Sb5+) + Azitromicina (500mg) + Pentoxifilina (400mg), sendo que nos casos de falha terapêutica instituiu-se o uso de Anfotericina B como terapia de 2a escolha. Resultados: A análise da série de 65 casos de LRC adultos jovens, portadores de lesões únicas e de tamanho mediano (de 1a 6 cm) acometendo vários segmentos corporais (face, tronco MMSS e MMII). Os casos tiveram maior concentração no gênero masculino (53,8%). Em 98% dos casos (n=63) evoluíram com refratariedade ao tratamento com posterior cura clínica (lesões totalmente cicatrizadas). A resposta terapêutica com a associação de (Sb5+ + Azitromicina + Pentoxifilina) e nos casos de falha terapêutica, com Anfotericina B foram satisfatórias para cicatrização total das lesões ao final do tratamento. O tempo médio de cicatrização total após terapia variou entre 2 a 5 meses. Na apresentação clínica das lesões observamos: placas, nódulos infiltrados, descamação, eritema, lesões satélites ao redor das cicatrizes e relatos de prurido no local. Conclusão: a LRC constitui-se como uma forma hiperérgica da LT, pouco diagnosticada pela raridade e por baixa suspeição clínica e resposta terapêutica satisfatória com associação de Sb5+, Azitromicina 500 e Pentoxifilina 400mg como 1ª escolha, representando 21% dos pacientes curados com tempo de cura de 2,6 meses e nos casos de falha terapêutica 18,5% obtiveram cicatrização total após terapia com Anfotericina B. Como subsídios evolutivos no surgimento da LRC, tivemos: idade adulta, diferença insignificante entre os gêneros, lesões com surgimento em indivíduos com cicatrizes anteriores de LT, localizadas em vários segmentos corporais e IDRM fortemente positva (>10mm) pós-cura total. |