Vacinação contra a COVID-19 no estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lima, Jorgina Helena Lopes Xavier de
Orientador(a): Portela, Margareth Crisostomo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/57274
Resumo: A pandemia da COVID-19, causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) provocou a maior crise sanitária desta geração. Desde o início da pandemia ficou evidente a importância de se ter vacinas seguras e eficazes, e, efetivamente, a vacinação foi a medida mais importante para a expressiva redução dos seus impactos na morbimortalidade. A vacinação contra a COVID-19 no Brasil foi iniciada em 17 de janeiro de 2021, em um contexto de tensões entre o Governo Federal e Governos Estaduais e Municipais, pesando a baixa disponibilidade inicial de vacinas. A vacinação foi sendo ampliada, dando margem a uma relevante variabilidade nas coberturas vacinais. Este estudo visou a analisar a vacinação contra a COVID-19 no estado do Rio de Janeiro no período de janeiro de 2021 a abril de 2022 e identificar variações no nível de cobertura vacinal entre municípios, assim como fatores associados a essas variações, entre os quais, o alinhamento dos eleitores dos municípios ao candidato Jair Messias Bolsonaro no primeiro turno da eleição de 2018. Baseou-se em dados secundários disponibilizados nas plataformas openDataSUS e brasil.io, e pelo IBGE e TRE, sendo realizadas análises descritivas e estimados modelos de regressão linear considerando as variáveis dependentes “cobertura vacinal com esquema completo” e “cobertura vacinal com dose de reforço”. Nas análises, foi utilizado o software estatístico SAS. Até abril de 2021, o estado do Rio de Janeiro tinha atingido uma cobertura populacional com esquema completo e dose de reforço de, respectivamente, 73,4% e 33,8%, com variação entre os municípios. Os resultados indicam dificuldades iniciais na vacinação, como também a sua evolução posteriormente. Foram identificadas associações positivas estatisticamente significativas ou “borderline” entre a cobertura vacinal contra a COVID-19 com esquema completo e a disponibilidade de equipes de saúde da família/10 mil habitantes, o IDHM e o percentual de idosos na população; em contrapartida, foram observadas associações negativas da variável dependente com o percentual de votos em Bolsonaro no primeiro turno das eleições de 2018 e densidade demográfica. Com relação à variação na cobertura vacinal com a dose de reforço, observaram-se tendências de associação positiva com a disponibilidade de equipes da estratégia saúde da família/10 mil habitantes e negativa com o percentual de votos no candidato Bolsonaro nas eleições de 2018 e associações estatisticamente significativas com o IDHM, a proporção de idosos na população e o número de casos de COVID-19 registrados por 1000 habitantes. Os achados desde estudo provêem evidência sobre efeitos da cobertura da Estratégia de Saúde da Família, do índice de desenvolvimento social, da proporção de idosos e do negacionismo científico relativo à pandemia e às vacinas sobre a vacinação por COVID-19 nos municípios do estado do Rio de Janeiro.