Expressão de proteínas do ciclo celular e de moléculas de adesão na carcinogênese cervical

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Queiroz, Conceição Maria Passos de
Orientador(a): Freitas, Luiz Antonio Rodrigues de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/35378
Resumo: O HPV desempenha papel preponderante no desenvolvimento do câncer cervical uterino, sendo necessários outros co-fatores, como o HIV. O potencial oncogênico do HPV parece refletir a capacidade dos oncogenes virais, E6 e E7 de interferir no ciclo celular, através da degradação da p53 e da inativação funcional da pRb, resultando na redução da ciclina D1 e aumento da expressão da p16INK4a nas NICs. Nas NICs e carcinoma invasivo da cérvice ocorre alterações na expressão das variantes da CD44. O exame histopatológico é considerado o gold standard para o diagnóstico destas lesões, entretanto, existe significante variação intra e inter observadores. Avaliar comparativamente a expressão das proteínas do ciclo celular p16INK4a, ciclina DI, p53 e Ki67 e das moléculas de adesão CD44v5 e CD44v6 nas diversas etapas da carcinogênese cervical, correlacionando o padrão de expressão destas proteínas com a infecção pelo HPV. Estudo imunoistoquímico com mAb p16INK4a, ciclina DI, p53, Ki67, CD44v5 e CD44v6 em 60 biópsias do colo uterino de pacientes com diagnóstico negativo para neoplasia (11), NICl (15), NIC2 (10), NIC3 (15) e carcinoma invasivo (9). Vinte foram HIV positivas e 46 foram HPV positivas. Avaliaram-se intensidades e padrões de expressão destes marcadores. Resultados. Existe correlação entre a expressão p16INK4a, Ki67, ciclina DI e p53 e o diagnóstico histológico, sendo que os dois primeiros marcadores têm associação mais significante que a ciclina DI e p53. Observamos redução da expressão de CD44v5 e CD44v6, particularmente nas NIC 3 e carcinoma e alteração da expressão destas moléculas durante a progressão da carcinogênese cervical. Não encontramos diferença na expressão de qualquer marcador nas amostras de pacientes HIV positivas e negativas em relação ao status da infecção pelo HPV. Após estudo da expressão destes marcadores, sugerimos um painel constituído de pI6INK4a, Ki67 e CD44v6, visando prever a evolução das NICs. A reação positiva para Ki67 é importante indicador de lesão de alto grau, mas menos precisa para lesões de baixo grau. A p16INK4a discrimina os casos HPV negativos ou infectados pelo HPV de baixo risco, daqueles infectados pelo HPV de alto risco oncogênico em que já ocorreu transformação, permitindo identificar lesões cervicais de baixo grau com risco aumentado de progredir para lesões pré-cancerosas de alto grau ou câncer invasivo. A CD44v6 é útil como marcador de risco de progressão em lesões intra-epiteliais. Este painel de anticorpos monoclonais poderá ser empregado para melhor caracterização dos exames histopatológicos cervicais. Além de ajudar a reduzir a subjetividade de interpretação dos patologistas, particularmente nas lesões de baixo grau.