Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Pantoja, Lidia de Nazare |
Orientador(a): |
Basta, Paulo Cesar |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24638
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Resumo: |
O presente estudo teve por objetivo analisar o estado nutricional de crianças indígenas menores de cinco anos do DSEI Yanomami, residentes no Estado de Roraima, no período de maio de 2008 a abril de 2009. Foram utilizados dados dos mapa de acompanhamento de crianças do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) Indígena para montar a base de dados. Foram incluídas todas as crianças cadastradas no SIASI e para as quais havia ao menos um registro de peso e estatura a cada trimestre analisado. O cálculo do percentual de cobertura de acompanhamento das crianças por pólo-base baseou-se na norma técnica de vigilância alimentar e nutricional para os DSEI. Para a classificação do estado nutricional foram utilizados os indicadores P/I, E/I e P/E, de acordo com as curvas de referência da OMS/2006 e analisados segundo o escore-z de P/I, P/E e E/I para cada trimestre do período, divididos em cinco faixas etárias. Foram excluídas as crianças que apresentaram valores de escores-z fora do limite de plausibilidade biológica recomendado pela OMS. Também foram realizadas análises univariadas e multivariadas para identificar possíveis associações do estado nutricional com tronco linguístico/etnia, faixa etária e sexo. A média anual de cobertura do SISVAN em Roraima foi de 27,7%. O PB Alto Catrimani registrou a maior cobertura (61,3%) e o PB Arathaú a menor (20,6%). Dos 21 pólos-base localizados em Roraima, apenas oito atenderam aos critérios de inclusão. Registraram-se médias de escore-z <-2 para os índices E/I, P/I e P/E superiores a 74,6%, 50,3% e 7,9%, respectivamente, para o conjunto de todas as crianças. Os pólos-base (PB) em que se verificou maiores e menores prevalências de baixa E/I, P/I e E/I foram Aratha-u (88,9%; 76% e 9,7%, respectivamente) e Waikás (16%; 25% e 0,0%), respectivamente. As analises multivariadas indicam maior severidade em relação ao estado nutricional nas crianças Yanomami de todos os troncos linguísticos estudados, a partir do primeiro ano de vida, principalmente entre os Sanumá. Os Sanumá apresentaram razão de chances de déficit nutricional 1,9 (OR=1,9; IC95% 1,3-2,6, p-valor 0,000) vezes maior em relação aos Yanomam. Não foram observadas diferenças entre sexo. A desnutrição revelou-se como um grave problema entre as crianças do DSEI Yanomami em todos os pólos-base e em todas as faixas etárias analisadas. Os déficits encontrados são os maiores já descritos na literatura brasileira para populações indígenas e sinalizam para um quadro de desnutrição crônica de importante severidade e que precisam de maior atenção. |