Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Reis, Neilane Bertoni dos |
Orientador(a): |
Bastos, Francisco Inácio Pinkusfeld Monteiro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/35976
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Os usuários de crack ganharam especial visibilidade e se tornaram objeto da atenção dos meios de comunicação, da sociedade e dos gestores públicos por consumir a droga em locais públicos/abertos e em grupos, principalmente nos grandes centros urbanos. A formulação de políticas públicas para estas e outras populações deveria ter por base evidências empíricas consistentes. Contudo, não se sabia até o momento de realização do inquérito nacional, qual era a real magnitude do problema do crack em nosso país, com a devida precisão e abrangência. OBJETIVOS: O objetivo geral deste trabalho foi estimar o tamanho da população de usuários de crack e/ou similares nas 26 capitais federais e Distrito Federal, através de duas metodologias estatísticas distintas. MÉTODO: Foi realizado, em 2012, um inquérito domiciliar de amostragem complexa nas 27 capitais, com cerca de 25.000 indivíduos, visando estimar o número de usuários de drogas ilícitas (com exceção da maconha) e de usuários de crack e/ou similares para estes locais. Para tanto, as metodologias direta e indireta (Network Scale‐up ‐ NSUM) foram utilizadas. RESULTADOS: Estimou‐se com a metodologia NSUM que nas capitais brasileiras existem ~1.035.000 usuários regulares de drogas ilícitas (exceto maconha), o que corresponde a 2,28% desta população. Estimou‐se ainda que 0,81% da população residente nas capitais faz uso regular de crack e/ou similares, e que 14,8% deles são menores de idade. Com a metodologia direta, a estimativa gerada para o número de usuários regulares de crack e/ou similares foi de 0,15%. Se considerarmos que estimamos ~370 mil usuários de crack e/ou similares com a metodologia indireta e ~50 mil com a metodologia tradicional, temos que o número de usuários obtido pela metodologia direta é 6 vezes menor do que a obtida pelo Network Scale‐up. DISCUSSÃO: Uma etapa essencial à formulação, monitoramento e avaliação de ações elaboradas para subgrupos populacionais é ser capaz de proceder ao correto dimensionamento da magnitude desta população. Metodologias de estimação indireta são preferíveis para populações ocultas, pois não é necessário o contato direto com a população estimada, não expondo, desta forma, os comportamentos desses indivíduos, frequentemente estigmatizado, e eventualmente criminalizado. É possível ainda contabilizar populações que vivem nas ruas ou em abrigos, por exemplo, além de instituições fechadas, como o sistema carcerário e clínicas de tratamento, não passíveis de serem entrevistadas em inquéritos domiciliares tradicionais. A metodologia Network Scale‐ up apresenta‐se como um método promissor para estimar o tamanho de populações de difícil acesso, em áreas diversas como a Sociologia, a Criminologia, e, mais recentemente, a Saúde Pública. |