Infecções de corrente sanguínea causadas por enterobactérias resistentes a carbapenêmicos em hospitais terciários de Salvador, Bahia: caracterização epidemiológica e clínica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Araújo, Lorena Galvão de
Orientador(a): Pedreira, Joice Neves Reis
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Gonçalo Moniz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37361
Resumo: resistentes a carbapenêmicos (ERC) tornaram-se uma grande preocupação em termos de saúde pública mundial, tanto por sua elevada letalidade, quanto pelas limitadas opções terapêuticas para tratamento das mesmas. No Brasil, o primeiro relato de enterobactérias produtoras de carbapenemase foi feito em 2005, enquanto que a detecção de Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) aconteceu em 2009. A partir de então, outros relatos surgiram no país, embora para alguns estados brasileiros os dados ainda sejam escassos, como é o caso da Bahia. OBJETIVO: Descrever letalidade, características sócio-demográficas e clínicas de pacientes com ICS por enterobactérias em dois hospitais terciários de Salvador-BA, identificando as principais enterobactérias isoladas e seu perfil de sensibilidade antimicrobiana, além de determinar a taxa de infecção por ERC na população estudada, fatores de risco para infecções por ERC e para óbito, e descrever os principais regimes antimicrobianos utilizados para tratamento destas infecções. MÉTODOS: Trata-se de estudo de corte transversal em que foram incluídos casos de ICS por enterobactérias provenientes de dois hospitais terciários de Salvador, Bahia, no período de 01/04/2016 a 28/02/2018. Dados epidemiológicos foram coletados por meio de revisão de prontuários e os isolados bacterianos foram identificados por espectrometria de massa e pelo VITEK-2®. O perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos foi realizado através de automação. RESULTADOS: No período do estudo, foram identificados 242 pacientes com ICS por enterobactérias, com um total de 255 isolados, sendo Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae as mais frequentes. A letalidade geral das ICS foi de 40,9%, com K. pneumoniae e Proteus mirabilis apresentando os perfis de sensibilidade mais desfavoráveis. A taxa de resistência aos carbapenêmicos foi de 17,7%, sendo a letalidade para este grupo de 74,3%. Infecção por K. pneumoniae e P. mirabilis, internação em unidade de terapia intensiva e colonização prévia por gram-negativo resistente a carbapenêmicos foram fatores de risco independentes para infecções por ERC, enquanto que escore de Piit ≥ 4 e qSOFA ≥ 2 foram fatores de risco independentes para o óbito. Não houve homogeneidade na escolha dos esquemas antibióticos utilizados para tratamento das ICS por ERC. CONCLUSÕES: As ERC representaram 17,7% dos isolados do estudo. As ICS causadas por estas actérias apresentaram elevada letalidade,sendo a compreensão de sua epidemiologia fundamental para o estabelecimento de melhores estratégias terapêuticas e para adoção de medidas preventivas.