Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Santos, Marcela Alves de Lima |
Orientador(a): |
Modena, Celina Maria Modena |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34236
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Resumo: |
A ocorrência de desastres tem causado sofrimento em populações vulnerabilizadas no mundo todo. O rompimento da Barragem de Fundão, pertencente à Samarco Mineração S.A., sob controle acionário da VALE S.A. e BHP Billiton, é considerado o maior desastre socioambiental do país e o maior envolvendo barragens de mineração no mundo. Esse desastre, que teve início em 05 de novembro de 2015, causou 19 mortes e destruição de comunidades no município de Mariana, além de impactos ambientais, econômicos, sociais e patrimoniais ao longo do Rio Doce e no litoral do Espírito Santo. Adolescentes estão incluídos entre os grupos mais expostos a uma condição de vulnerabilidade em situações de emergência. Nas revisões sobre a temática dos desastres, ainda existem poucas publicações apontando sobre como o setor saúde deve se organizar nas fases de reabilitação, recuperação e reconstrução. Além disso, a grande maioria dos artigos, protocolos e cartilhas encontrados tratam de desastres naturais, evidenciando uma lacuna sobre a atuação em desastres tecnológicos como o ocorrido em Mariana. Assim, o objetivo desse trabalho é compreender e analisar os impactos psicossociais e as formas de ressignificação dos adolescentes atingidos pelo rompimento da Barragem de Fundão, bem como as ações em saúde mental e atenção psicossocial construídas para esse público, buscando contribuir para futuras intervenções em contextos semelhantes. A pesquisa foi realizada no período de 2016 a 2018 nos serviços da Rede de Atenção Psicossocial e em duas escolas atingidas pelo desastre no município de Mariana. Utilizou-se o aporte metodológico da pesquisa qualitativa, através da pesquisa-ação, com o uso das técnicas de observação participante e grupos focais. Os participantes foram adolescentes, profissionais da Rede de Atenção Psicossocial e profissionais da educação. Na perspectiva da análise de conteúdo, foram construídas as seguintes categorias temáticas analíticas: As perdas, Em busca de um lugar, Entre a vulnerabilidade e a potência: buscando formas de ressignificação, A atuação em Saúde Mental e Atenção Psicossocial e A participação do adolescente nos processos decisórios e de luta por direitos. As narrativas apontam para dificuldades no processo de adaptação ao novo território e às exigências de ressignificações e de reorganização social e comunitária trazidas por esse novo contexto. Diante de um cenário de tantas perdas e de uma população desterritorializada e vulnerabilizada, a perspectiva e diagnósticos descontextualizados e pouco implicados pode se transformar em mais uma forma de violência a essas populações. Foram desenvolvidas ações e estratégias buscando um olhar ampliado na compreensão dos determinantes sociais em situação de desastres e uma atuação orientada pelo desenvolvimento de potencialidades e da autonomia. Assim, é preciso considerar que o desastre ainda não cessou e ações a longo prazo precisam continuar sendo desenvolvidas a partir da participação e do protagonismo dos adolescentes. |