Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Frade, Josélia Cintya Quintão Pena |
Orientador(a): |
Schall, Virgínia Torres,
Fernandez-Llimos, Fernando |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4028
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: A morbimortalidade por asma tem sido associada principalmente ao subdiagnóstico e ao tratamento inadequado. Essa doença representa uma grande parcela dentro dos custos com cuidados à saúde em vários países. Estima-se que 30% dos custos diretos, incluindo medicamentos, consultas médicas e despesas hospitalares, derivam de um controle inadequado e, portanto, passíveis de serem evitados ou reduzidos. Há ainda custos indiretos relacionados ao absenteísmo ao trabalho e à escola, a perda de produtividade, a morte precoce e o sofrimento humano que afeta o paciente e sua família. O baixo controle da asma tem sido associado à falta de conhecimentos e habilidades dos profissionais de saúde, pacientes e familiares sobre a doença e terapia inalatória. Apesar da via inalatória ser considerada a de eleição no tratamento, ela possui como principais desvantagens: a necessidade de conhecimentos e habilidades por parte dos usuários e familiares, além de um esforço educativo por parte dos profissionais de saúde. A literatura revela que o uso incorreto da técnica inalatória entre os usuários é elevado, superior a 50% na maioria dos estudos publicados. Outros estudos identificaram também falta de habilidade em grande parte dos profissionais de saúde investigados, agravando a situação. A Educação em Saúde (ES) é uma alternativa recomendada e com resultados positivos no caso da asma. Porém, em nosso país, são escassos os trabalhos desta natureza e não existe nenhuma iniciativa de programa de formação dedicado aos farmacêuticos, relativo ao manejo desta doença. Portanto, na perspectiva da ES, foi desenvolvido um programa educativo relativo à asma (PEA) para esses profissionais. OBJETIVO GERAL: Desenvolver e avaliar um PEA dedicado a um grupo de farmacêuticos funcionários de uma rede de farmácias em Belo Horizonte, visando ampliar o conhecimento sobre a asma, melhorar a habilidade de uso da terapia inalatória e maior participação no controle dessa doença. METODOLOGIA: A intervenção educativa (PEA), foi idealizada seguindo as etapas propostas por BEDWORTH (1992): diagnóstico, planejamento, implantação e avaliação (estrutura, processo e resultados, segundo modelo de Donabedian). As estratégias adotadas compreenderam: um programa de formação e a construção compartilhada de materiais educativos. A carga horária foi distribuída em 12 horas para a parte teórica e 9 horas para a parte prática. Na etapa que contemplou a interação destas duas abordagens, foram necessárias 25 horas para a prática em comunidade e quatro horas para cada uma das 10 oficinas para desenvolvimento de habilidades aplicadas pelos farmacêuticos aos balconistas. Além dessas, cada palestra realizada nas escolas teve duração de cerca de uma hora. Para descrever e analisar a implantação e os efeitos do PEA, realizou-se um estudo de caso, de caráter exploratório. Os dados foram coletados por meio de questionários, entrevistas e grupos focais, no início e final da pesquisa. A análise qualitativa dos dados foi orientada por BARDIN (1977). RESULTADOS: Participaram do estudo 25 farmacêuticos, sendo a maioria mulheres, com idade superior a 30 anos, a mediana do tempo de formados sendo nove anos. Observou-se que 88% do grupo estudado assumia função gerencial da farmácia além das atividades técnicas e a principal fonte de informação utilizada no caso da asma era a bula de medicamentos. O baixo nível de conhecimentos e habilidades prévias foi associado à falta de formação relativa à doença em questão e ao fato dos produtos apresentarem lacre, não havendo iniciativa por parte dos profissionais de testar o seu uso. xvi Observou-se ao final da pesquisa grande satisfação dos atores envolvidos com o processo vivenciado, revelada na avaliação de estrutura, processo e resultados do programa. Dentre os materiais educativos construídos, os mais valorizados foram o livro de técnicas de uso dos dispositivos inalatórios e um “kit” de placebos para simulação junto aos usuários. A análise dos resultados propriamente dita demonstrou um aumento de conhecimento sobre asma e desenvolvimento de habilidades para identificar, classificar, utilizar os dispositivos inalatórios trabalhados (10 técnicas), além de maior capacidade para identificar problemas no processo de uso dos inaladores. Relatos evidenciaram uma tendência a novas atitudes e maior percepção dos profissionais sobre o seu papel no controle dessa doença. O programa alcançou ainda 153 balconistas que participaram das oficinas práticas, mais de 2.500 pessoas que foram atendidas durante a “campanha da asma”, cerca de 3.000 alunos de escolas públicas que assistiram as 90 palestras ministradas pelos farmacêuticos que participaram do processo educativo e 50 estudantes de farmácia e fisioterapia que atuaram como monitores no trabalho. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O programa de formação avaliado demonstrou ser uma estratégia para fazer cumprir as metas iniciais propostas pelo Fórum Farmacêutico Europeu (1998), em relação à atuação dos farmacêuticos junto às pessoas com asma. Assim, em curto período de tempo, o aumento de conhecimento, a maior habilidade de uso da TI e de comunicação para orientação dos usuários dotou os profissionais de segurança para responder às necessidades dos pacientes, o que indicou o potencial do PEA para um maior controle dessa doença no nível primário. |