Hanseníase no Google: entre a invisibilidade e a estigmatização

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Sousa, Artur Custodio Moreira de
• Orientador(a): Vasconcellos-Silva, Paulo Roberto
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/40187

A internet nos últimos anos se tornou uma das ferramentas mais utilizadas pela população como fonte para interações sociais, informação, notícias e conhecimento. O presente estudo, utilizase de dados públicos do Google Trends para analisar a invisibilidade estrutural da doença de hansen, considerando os dados de busca realizados no site de pesquisa do Google. A hanseníase é uma doença milenar, teve a terminologia “lepra” proibida pela lei federal no Brasil de ser usada como sinônimo em documentos oficiais, pois é um termo cercada de outros significantes, preconceitos e medos, e como uma das consequências a sua negligência. Esta pesquisa desenvolveu um estudo comparativo dos dados relevantes das buscas no Google utilizando as seguintes palavras-chave “hanseníase, lepra, câncer de mama” de 2013 a 2017, procurando analisar o comportamento que levaram as buscas e que determinaram os ciclos de interesse da população. Foi utilizada uma metodologia comparando a outra doença (Câncer de mama), que utiliza estratégias de marketing similares para mobilização e conscientização da população. Contudo, foi possível observar que os resultados são completamente distintos. A pesquisa baseada no comportamento de buscas na internet pode auxiliar na elaboração de políticas públicas de saúde. As oscilações observadas nesse estudo puderam demonstrar de forma positiva, que a terminologia lepra e hanseníase estão se dissociando, assim como observar que as estratégias e diversos outros fatores sociais e económicos envolvidos no câncer de mama, levam a um efeito de proatividade e prevenção na busca de informação. No caso da hanseníase, como doença negligenciada e por consequência invisibilizada, inclusive na mídia, as buscas tendem a ser reativas e correlacionadas aos indicadores epidemiológicos da doença.