Gastrópodes límnicos e helmintofauna associada da Microrregião da Baixada Maranhense, MA, com ênfase nos transmissores da esquistossomose

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Cantanhede, Selma Patrícia Diniz
Orientador(a): Thiengo, Silvana Carvalho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13817
Resumo: Neste trabalho são apresentados os resultados do levantamento qualitativo e quantitativo da malacolofauna límnica da microrregião da Baixada Maranhense, MA, considerada de baixa endemicidade para esquistossomose. Dados da helmintofauna associada aos moluscos são também fornecidos. O estudo qualitativo ocorreu no período de novembro de 2011 a julho de 2012 abrangendo os 21 municípios da Baixada Maranhense e mais dois municípios vizinhos, enquanto que o quantitativo foi realizado em quatro desses municípios (Palmeirândia, Pedro do Rosário, São Bento e São Vicente Férrer), entre julho de 2012 e julho de 2014. No estudo qualitativo foram coletados 9.129 moluscos (Ampullariidae, Ancylidae, Planorbidae, Physidae e Succineidae): Biomphalaria glabrata; B. schrammi; B. straminea; Drepanotrema anatinum; D.cimex; D. depressissimum; D. lucidum; Gundlachia radiata; G. ticaga; Hebetancylus moricandi ; Omalonyx matheroni; Physa marmorata; Plesiophysa guadeloupensis; Pomacea maculata e Pomacea diffusa. As espécies Gundlachia radiata, G. ticaga, H. moricandi, P. guadeloupensis, P. diffusa e O. matheroni foram registradas pela primeira vez para o estado do Maranhão. Quanto aos transmissores da esquistossomose, B. glabrata foi encontrada em cinco municípios (Bacurituba, Peri-Mirim, Pinheiro, São Bento e São Vicente Férrer), enquanto B. straminea em nove (Arari, Conceição do Lago Açu, Igarapé do Meio, Monção, Pedro do Rosário, Penalva, Pinheiro, São Bento e Vitória do Mearim), sendo que em Pinheiro e São Bento, essas espécies foram observadas em sintopia No estudo quantitativo foi verificada a ocorrência de 13 espécies das 15 citadas anteriormente (com exceção de D. cimex e O. matheroni), totalizando 9.052 exemplares de gastrópodes límnicos e 111 de Omalonyx sp.. A família Planorbidae e B. straminea apresentaram maior abundância em julho, 2012 onde foi registrada a maior abundância de espécies. A temperatura e a precipitação diária influenciaram positivamente a abundância de B. glabrata e o mesmo foi observado entre a precipitação diária e a abundância de B.schrammi no município de Pedro do Rosário. A maioria das espécies foi categorizada como frequente ou constante e o teste de Kruskal-Wallis demonstrou que não houve variação significativa quanto à distribuição da frequência de gastrópodes límnicos entre os municípios e entre os grupos analisados. Com relação as estações de amostragem, a análise de aninhamento mostrou a existência de subconjuntos de espécies sugerindo que um determinado grupo de espécies mais comuns está presente em todos os ambientes. A Análise de Escalonamento Multidimensional mostrou maior semelhança entre os municípios de São Bento e São Vicente Férrer e entre Palmeirândia e Pedro do Rosário Os quatro municípios investigados apresentaram baixa diversidade, visto a dominância de algumas espécies. Quanto à helmintofauna associada aos moluscos, no período de novembro de 2011 a julho de 2014, foram identificados dez tipos cercarianos, sendo que Echinostome cercaria foi o mais frequente. Cercárias de Schistosoma mansoni foram encontradas em exemplares de B. glabrata em São Bento (outubro de 2012) e São Vicente Férrer (julho de 2014). Pomacea maculata apresentou a maior variedade de tipos cercarianos e foi reportada, pioneiramente, como o primeiro hospedeiro intermediário dos trematódeos Stomylotrema gratiosus e Travtrema stenocotyle. Os resultados mostraram que a microrregião da Baixada Maranhense é epidemiologicamente importante quanto à transmissão da esquistossomose, devido a fatores ambientais e sócio-econômicos que continuam favorecendo a transmissão dessa parasitose, além da presença de dois hospedeiros intermediários de S. mansoni. Com este trabalho, pioneiro para o estado do Maranhão, espera-se contribuir para o conhecimento da biodiversidade deste importante ecossistema do nordeste do Brasil, além de nortear futuros estudos voltados à promoção da saúde da população desse estado