Comunidades virtuais no suporte à pessoa com diabetes mellitus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Alencar, Delmo de Carvalho
Orientador(a): Vasconcellos-Silva, Paulo Roberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/47352
Resumo: No campo da saúde, as mídias sociais têm sido cada vez mais utilizadas como fonte de informação e aconselhamento por meio da participação em grupos de pacientes organizados nas redes virtuais. No contexto do diabetes mellitus, as comunidades virtuais podem promover interações entre seus membros e dar voz aos portadores da doença e familiares, tornando-se uma estratégia para trazer à tona o “não dito” nos serviços de saúde. O estudo teve como objetivo analisar as interações e demandas de natureza informativa e de suporte social entre pessoas com diabetes mellitus participantes de comunidades virtuais. Trata-se de estudo exploratório, com abordagem qualitativa, analisado na perspectiva da Lógica do Cuidado, de Annemarie Mol. Foram analisadas as três comunidades virtuais abertas voltadas ao diabetes, com maior número de membros e postagens em português. A coleta de dados incluiu todas as postagens e comentários feitos nos anos de 2018 e 2019. A análise de conteúdo se deu por meio de Nuvem de Palavras como recurso para identificação dos núcleos de sentido. Os resultados mais relevantes se referem às comunidades virtuais como locais de apoio informacional para melhorar o autocuidado; como locais de suporte emocional e espiritual para encorajar mudanças comportamentais; como ambientes de discussão do processo terapêutico do diabetes. Os resultados também demonstraram que as interações assumem uma postura mais acolhedora, acionando a experiência de algumas pessoas para confortar outros participantes em momentos de angústia, dúvidas, desespero e tensão. Outras interações se preocupam mais com a dimensão clínica, em que participantes respondem dúvidas e questões a partir do conhecimento que desenvolveram a partir da experiência prática de viver com a doença. Em linhas gerais, eles sustentam suas recomendações na ordem biomédica, enfatizando os resultados obtidos pela medicina no tratamento da doença ou as informações validadas pelo saber médico. Os resultados apontaram que as comunidades virtuais podem contribuir como cenários de cuidado às pessoas com diabetes, proporcionando melhor aproximação entre as práticas profissionais e as necessidades de cuidado. A compreensão dos significados das informações compartilhadas pode contribuir para a realização de práticas de cuidado mais integrais e efetivas, de forma holística e que não se restrinja a abordagens de caráter biológico e tecnicista. Pode, ainda, se constituir em estratégia para auxiliar a pessoa com diabetes no cuidado de si, evidenciando o potencial das mídias sociais para a área da saúde como ferramentas transformadoras para os profissionais e empoderamento de pacientes.