O médico e suas representações sobre tabagismo, fumante e cessação de fumar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Cavalcante, Tânia Maria
Orientador(a): Santos, Elizabeth Moreira dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4748
Resumo: Visando a melhoria do processo de capacitação de profissionais de saúde como parte do programa “Ajudando seu Paciente a Deixar de Fumar” desenvolvido pelo Instituto Nacional de Câncer/ Ministério da Saúde, este estudo envolveu uma análise da evolução histórica da abordagem dada ao tabagismo e à cessação de fumar em livros de clínica médica, considerando-os como importantes fontes de disseminação de informação para a classe médica; e uma pesquisa qualitativa entre médicos para conhecer suas representações sobre tabagismo, cessação de fumar, fumante e sobre o seu próprio papel no apoio ao fumante para deixar de fumar. O estudo mostra que partir do final da década de 80, quando a dependência de nicotina passou a ser reconhecida pela comunidade científica, os livros de clínica médica passam a dar ao tabagismo o status de condição clínica, e a demonstrar uma crescente preocupação com o processo de cessação de fumar. Por outro lado, a prática médica parece ainda não acompanhar essa evolução na mesma medida e ritmo, embora os médicos manifestem atitudes favoráveis à incorporação da abordagem do fumante nas suas rotinas. Entre os médicos, os conhecimentos sobre dependência de nicotina e sobre as técnicas de cessação de fumar parecem ainda ser incipientes. Também se observa um verdadeiro entrelaçamento de representações, onde num extremo temos profissionais que representam o fumante como um sujo, um fraco de vontade, e num outro extremo profissionais que o enxerga como uma pessoa que tem um problema de saúde, uma dependência, a quem é preciso que se dê apoio para que deixem de fumar. Esse estudo evidencia a necessidade de estratégias para acelerar a socialização do conhecimento sobre tabagismo como dependência e sobre as técnicas de cessação de fumar. E, considerando que os sentidos que as nossas ações tomam são determinados pela direção das nossas emoções, esse estudo também evidencia que a socialização desse conhecimento deve ir além do ângulo técnico, devendo envolver o emocional, promover reflexões e estimular mudanças de atitudes preconceituosas do profissional frente ao indivíduo que fuma.