Saúde e trabalho de risco: sentidos da atividade no alpinismo industrial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Hacker, Natalia Laubmeyer Alves
Orientador(a): Hennington, Élida Azevedo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/27005
Resumo: Este estudo tem como objetivo compreender os sentidos do trabalho para os alpinistas industriais e suas relações com a saúde e segurança. O estudo buscou analisar as estratégias que os trabalhadores utilizam para enfrentar os riscos do trabalho e dar sentido a sua atividade. A categoria trabalho foi analisada do ponto de vista da atividade, considerando que o mesmo ultrapassa o que é prescrito, antecipado ou observado. O estudo tem como referenciais os pressupostos do campo da Saúde do Trabalhador e das Clínicas do Trabalho a partir das contribuições da Ergologia e da Psicodinâmica do Trabalho. As estratégias de pesquisa adotadas tiveram como foco a aproximação com as situações de trabalho vivenciadas pelos trabalhadores de Alpinismo Industrial, na tentativa de produzir uma reflexão sobre os debates e escolhas que atravessam o trabalhador no enfrentamento do risco, mas sem deixar de dialogar com os debates que se travam no âmbito global, como as normas e valores que norteiam a vida coletiva. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa realizada por meio de levantamento documental e entrevistas individuais semiestruturadas com 4 trabalhadores de Alpinismo Industrial, conduzidas de forma dialógica e analisadas a partir das abordagens teóricas utilizadas no percurso da pesquisa. Os treinamentos, a certificação em acesso por corda e as normas são elementos importantes para a eficácia e segurança no Alpinismo Industrial; porém, diante da complexidade das situações de trabalho e da dimensão imprevisível do risco, o trabalhador precisa mobilizar sua inteligência criativa, renormatizar e operar escolhas a partir de sua história e seus valores para lidar com as infidelidades do meio. A experiência permite que o alpinista industrial desenvolva suas competências amparando-o diante das dificuldades na gestão do risco na atividade. A questão do desafio na atividade parece ser um elemento de construção de sentido, na medida em que pode abrir a possibilidade para o alpinista fazer usos de si por meio do trabalho, assim como o coletivo, quando são possíveis a construção de relações de cooperação e confiança, que amparam os alpinistas industriais frente às situações de risco, favorecendo a saúde e a segurança. Parece, portanto, haver uma possibilidade de se alcançar um “viver em saúde” na atividade de alpinismo industrial, a partir de uma gestão que perpassa pela dialética do uso de si por si e pelos outros, considerando que a saúde se relaciona à possibilidade de criar novas normas de vida.