Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Carvalhaes, Jeiel Gabrir |
Orientador(a): |
D'Andrea, Paulo Sérgio,
Vilela, Roberto do Val |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/55976
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Resumo: |
Os roedores constituem a ordem mais rica em espécies de mamíferos. Na América do Sul, dentre os roedores caviomorfos, a família Echimyidae possui uma história taxonômica confusa e apesar de várias revisões, ainda permanecem lacunas de estudos sistemáticos para esta família que é compreendida pelos ratos-de-espinho, as hutias e o coypu. Esta família destaca-se por possuir um elevado número de espécies (ca. 100 spp.), larga variação na massa corporal e, ainda, uma grande diversidade de hábitos locomotores, os quais incluem espécies arborícolas, escansoriais, semi aquáticas, semifossoriais e terrestres. Assim, a função esquelética dos roedores equimiídeos juntamente com a sua organização filogenética, fornecem um modelo de estudo promissor e de particular interesse para a compreensão de como fatores alométricos, ecológicos e filogenéticos afetam a evolução do esqueleto pós-craniano. Assim, o objetivo principal desta tese foi analisar a influência destes três fatores sobre a diferença da forma e do tamanho na morfologia pós-craniana em um contexto filogenético, possibilitando a compreensão da evolução e da divergência nas características morfológicas e ecológicas. Para a realização destas análises, fotografamos 186 escápulas e 181 úmeros de 38 espécies de 15 gêneros equimiídeos (ca. 37% e 54% respectivamente do total de equimiídeos). Posteriormente, para a resolução deste problema, utilizamos a morfometria geométrica, uma ferramenta de baixo custo e precisa para identificação de sutis diferenças morfológicas digitalizando 31 marcos anatômicos bidimensionais (2D) para a escápula (14 landmarks e 17 semilandmarks) enquanto para o úmero, foram utilizados 23 marcos (19 landmarks e 4 semilandmarks). A partir das coordenadas destes pontos, foi possível eliminar o efeito do tamanho das espécies possibilitando testarmos as diferenças de forma entre os grupos filogenéticos e os hábitos locomotores. A variação morfológica da escápula e do úmero mostraram uma baixa correlação com a massa e o tamanho corporal evidenciando um efeito alométrico pequeno ou desprezível. Os resultados demonstraram ainda um sinal filogenético significativo, mas baixo, para ambas as estruturas. A variação morfológica da escápula foi extensamente estruturada pela filogenia dos equimiídeos podendo tornar se um relevante marcador taxonômico e filogenético em estudos futuros. Por outro lado, a variação morfológica do úmero foi estruturada pelos hábitos locomotores tornando-se útil para áreas de estudo como a paleontologia que buscam reconstruir hábitos locomotores sobre uma perspectiva ecomorfológica. Assim, estes resultados sugerem que estruturas pós-cranianas como escápula e úmero foram moldadas por restrições e adaptações evolutivas e por estarem envolvidas com a locomoção, estas estruturas são bem adequadas para os estudos ecomorfológicos por integrarem uma parte essencial da diversificação ecomorfológica e filogenética. Embora existam vários trabalhos com a escápula e o úmero de caviomorfos utilizando abordagens morfológicas e morfofuncionais, este é o primeiro estudo morfométrico a abordar uma ampla diversidade de gêneros equimiídeos utilizando a escápula e o úmero. Este trabalho fornece uma visão sobre a função e a evolução do sistema esquelético dos equimiídeos sugerindo ainda que a diversidade dos membros anteriores seja uma parte essencial da diversificação ecomorfológica e filogenética desta família de roedores |