Planejamento e coordenação de ações de alimentação e nutrição: enfrentamento do sobrepeso e da obesidade no município do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Cavalcante, Evelyne Florido Lobato
Orientador(a): Uribe Rivera, Francisco Javier
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24826
Resumo: A obesidade é considerada uma epidemia global com crescimento acelerado nas últimas décadas. Sua complexa rede de causalidades representa um desafio para o seu enfrentamento que, necessariamente, demanda ações intersetoriais. No âmbito do Sistema Único de Saúde, a necessidade de lidar com os objetos complexos que se apresentam no campo da Saúde Coletiva exige novos arranjos como a estruturação de Redes de Atenção à Saúde (RAS). O objetivo principal deste estudo é analisar os mecanismos de articulação e coordenação de ações de alimentação e nutrição voltadas ao enfrentamento do sobrepeso e da obesidade na Atenção Primária à Saúde (APS) do município do Rio de Janeiro, na perspectiva da Produção Social da Saúde. Por meio de uma abordagem qualitativa, construída com a contribuição de vários autores, toma como base a compreensão comunicativa da coordenação e a interação entre os diferentes atores para o enfrentamento da problemática estudada. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com atores-chave, privilegiando o espaço da gestão central da APS na interlocução com a gestão territorial a partir de duas áreas de planejamento em saúde municipais; além da análise de documentos para a caracterização do contexto local e observação participante em diferentes reuniões. Para análise dos resultados utiliza-se a análise de discurso, compreendendo a linguagem como espaço social de debate e conflito. A análise dos dados permite inferir que a obesidade ainda precisa se legitimar enquanto problema social, não constituindo uma prioridade na agenda municipal de saúde, o que é apontado como principal limite à constituição de uma linha de cuidado do sobrepeso e da obesidade no município do Rio de Janeiro. Observa-se uma polifonia no discurso dos diversos sujeitos quanto aos modos de compreensão do conceito e abordagem da obesidade, reconhecida como um problema de saúde pública,mas com baixo reconhecimento de sua dimensão social. A discussão e coordenação das ações em torno do problema obesidade ocorre de forma pulverizada e esporádica,apontando limites intrasetoriais da rede de atenção e promoção e baixa articulação intersetorial. As interações e vínculos estabelecidos entre os atores para a resolução de problemas relacionados ao cuidado da obesidade na RAS têm disparado redes de conversações e mecanismos de coordenação que podem oportunizar novos arranjos de governança e organização do cuidado.