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Caracterização dos aspectos clínico-epidemiológicos, imunológicos e virológicos de casos de dengue ocorridos em Pernambuco em 2010-2011

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Souza, Patrick Jesus de
Orientador(a): Azeredo, Elzinandes Leal de, Santos, Flavia Barreto dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37307
Resumo: A dengue é uma arbovirose caracterizada por febre alta, exantema e manifestações hemorrágicas causada pelo vírus dengue (DENV1-4). O DENV é um vírus RNA fita simples de polaridade positiva pertencente à família Flaviviridae e ao gênero Flavivirus. No Brasil, a doença vem causando sucessivos surtos nos últimos 30 anos, sendo as regiões Sudeste e Nordeste as mais afetadas. No Nordeste, o estado de Pernambuco (PE) reportou em 2010 o maior número de casos de dengue grave na sua história, índice que se manteve elevado no ano seguinte, com a introdução do DENV-4. Neste sentido, o presente estudo teve como objetivo principal a caracterização de aspectos clínicos, epidemiológicos, virais e imunológicos de casos suspeitos de dengue provenientes de epidemias ocorridas em PE. Para isto, foram avaliados dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais de 403 casos suspeitos atendidos no Hospital Universitário Oswaldo Cruz em Recife/PE. Além disso, 191 amostras séricas foram analisadas para os estudos imunológicos e virológicos. Os pacientes foram classificados de acordo com a nova classificação da OMS, 2009 nos seguintes grupos: DSSA (19%, 78/403), DCSA (80%, 321/403), e DG (1%; 4/403). A distribuição temporal e espacial, evidenciou que junho e julho foram os meses que mais reportaram casos nos anos de 2010 e 2011, e Recife foi a cidade que mais concentrou casos da doença. O sexo feminino foi o gênero mais acometido (216/403, 53,60%), enquanto que pacientes de 06-10 anos foram os mais afetados. A febre foi o sinal clínico mais reportado (99,26%; 400/403), seguido de dor abdominal (66%; 266/403) Além destes, sinais clássicos como exantema (38,71%, 156/403) e manifestações hemorrágicas (43,42%; 175/403) também foram frequentes nesta casuística. O diagnóstico laboratorial confirmou a infecção pelo DENV em 72,8% (139/191) dos casos, e o MAC ELISA foi teste mais sensível (94,31%; 116/123), seguido pelos testes de NS1 (16,20%; 23/142), RT-PCR (14,60%; 20/137) e isolamento viral (4,0%; 1/25). Noventa e quatro (94%) dos pacientes diagnosticados com dengue apresentaram trombocitopenia. O diagnóstico molecular evidenciou a prevalência de DENV-1 e a identificação dos demais sorotipos no ano de 2010, bem como a ocorrência coinfecção entre DENV-1/2 (n=2) e DENV-1/3 (n=1). A análise filogenética de DENV-1 constatou a presença do genótipo V e a linhagem 1b. A quantificação de quimiocinas e fatores de crescimento por ELISA indicou: i) níveis séricos aumentados de MCP-1/CCL2, IP-10/CXCL10 e HGF nos pacientes DSSA e DCSA/DG quando comparados com os grupos controle ii) baixos níveis séricos de RANTES/CCL5 e PDGF-BB nos pacientes DSSA e DCSA/DG comparados com controles e iii) baixos níveis séricos de EGF nos pacientes DCSA/DG. Esses resultados demonstram que além de mediadores solúveis clássicos como as quimiocinas, fatores de crescimento parecem exercer papel importante na patogênese da infecção pelo DENV.