Óxido nítrico sintase induzida (iNOS) e indoleamina 2,3 dioxigenase (IDO) em monócitos CD14+CD16+/- após infecção pelo vírus Dengue

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Fialho, Luciana Gomes
Orientador(a): Kubelka, Claire Fernandes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/22941
Resumo: Os monócitos humanos em condições fisiopatológicas podem ser ativados, passando a produzir diversos mediadores inflamatórios, além de induzir enzimas como iNOS (óxido nítrico sintase induzida) e IDO (Indoleamina 2,3 dioxigenase). Sabe-se que monócitos não clássicos, CD14+CD16+ estão mais associados à produção de citocinas pró-inflamatórias, enquanto que os monócitos clássicos, CD14+CD16-, tendem a possuir um papel mais protetor na dengue. Considerando-se que as enzimas iNOS e IDO podem estar envolvidas na infecção pelo DENV e que o vírus é capaz de ativar os monócitos, buscamos determinar as diferentes subpopulações de monócitos expressando iNOS e IDO e sua associação com algumas citocinas/quimiocinas produzidas durante a infecção pelo DENV-4 e DENV-2. Foram utilizadas amostras de pacientes da epidemia de DENV-4 ocorrida em 2013, MS, além de células de doadores saudáveis, infectadas in vitro pelo DENV-2. Observamos que pacientes com DENV-4 apresentam aumento na detecção de iNOS e IDO em ambas subpopulações de monócitos, além de uma leve expansão de células CD14+CD16+ e redução de CD14+CD16-. Estes pacientes também mostraram aumento nos níveis de NO, IL-10, IP-10, MCP-1, IFN-\03B3 e TNF-\03B1 no plasma durante a fase aguda da infecção. Nossos resultados mostraram, pela primeira vez, a associação da enzima IDO com a subpopulação de monócitos CD14+CD16+ e de iNOS com a subpopulação CD14+CD16-. A subpopulação de monócitos clássicos, CD14+CD16- mostrou estar inversamente correlacionado com os níveis de IL-10 e IP-10/CXCL10, enquanto que monócitos não-clássicos, CD14+CD16+ estão positivamente correlacionados com a citocina IL-10. TNF-\03B1, IL-10 e a quimiocina IP-10/CXL10 estão positivamente correlacionadas com a população de monócitos CD14+iNOS+ Ambas as células CD14+ - CD16-iNOS+ e CD16+iNOS+ apresentaram correlação positiva com IL-10, IP-10/CXL10 e MCP-1/CCL2, além do TNF-\03B1 estar associado às células CD16-iNOS+. As populações CD14+CD16-IDO+ e CD16+IDO+ correlacionaram-se positivamente com IL-10. Além disso, a subpopulação de monócitos CD16-IDO+ também apresentou uma correlação positiva com TNF-\03B1 e IP-10/CXCL10. Avaliamos também a infecção in vitro de monócitos humanos pelo DENV-2 e, novamente observamos uma associação da iNOS com a subpopulação CD14+CD16-. Não foram observadas alterações na frequência das subpopulações de monócitos, bem como nenhum aumento detectável destas enzimas nem produção de citocinas/quimiocinas na análise realizada 24h após a infecção. Entretanto, o estímulo das culturas com LPS+IFN-\03B3 foi associado à presença de IDO e reduziu a replicação viral e a taxa de infecção em ambas subpopulações estudadas, além de aumentar a produção das citocinas/quimiocinas IL-10, MCP-1 e TNF- \03B1. O uso de um inibidor de NO (L-NMMA), aumentou a detecção de IDO e a produção destes mediadores inflamatórios, além dos níveis de produção de NS1. Já o uso de um doador de NO (SNAP), foi capaz de reduzir a infecção nas subpopulações celulares avaliadas. Confirmamos, assim, a ação antiviral da molécula NO na dengue e sua possível ação sobre a enzima IDO, na doença. Ainda, nossos dados sugerem um papel regulador e antiviral da enzima IDO durante a infecção pelo DENV, que merece ser melhor investigado.