Estudo dos efeitos hematológicos e bioquímicos em trabalhadores de postos de revenda de combustíveis expostos à gasolina no ambiente laboral do município do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Cintra, Deborah Santos
Orientador(a): Friedrich, Karen
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/36140
Resumo: No Brasil, os trabalhadores de postos de gasolina estão expostos ao benzeno por inalação e/ou absorção dérmica durante o seu processo de trabalho. Além dos efeitos agudos bem estabelecidos, o benzeno é um agente cancerígeno classificado pela IARC como Grupo 1. A exposição crônica a concentrações elevadas de benzeno, assim como em doses baixas em humanos está associada com um aumento da incidência da síndrome mielodisplásica e leucemia mielóide aguda. Estudos publicados indicam que a exposição a solventes, incluindo o benzeno, pode causar alteração na contagem de algumas células hematológicas em seres humanos, no entanto até o momento, existem poucos estudos relacionados à exposição ocupacional dos frentistas ao benzeno em nosso país. O monitoramento da exposição ocupacional de substâncias químicas é importante na avaliação de riscos e na implementação de estratégias para melhorar as condições ocupacionais a fim de estabelecer um ambiente de trabalho seguro. Este estudo foi realizado para avaliar o estado de saúde dos trabalhadores de postos de gasolina, para identificar possíveis alterações clínicas e os efeitos hematológicos nos mesmos expostos cronicamente ao benzeno. Os resultados desta pesquisa mostraram que os trabalhadores expostos apresentaram cerca de 50% mais chances de apresentarem alterações leucocitárias em relação ao grupo não exposto. Além disso, foi possível identificar a maior frequência de sinais e sintomas característicos de benzenismo em trabalhadores com contagem de leucócitos indicativa de efeitos tóxicos no sistema hematopoiético. Foi possível identificar também, a execução de atividades caracterizadas por aumentar a exposição ao benzeno e associá-la aos efeitos hematológicos e manifestações clínicas presentes na intoxicação por benzeno. As informações resultantes dessa pesquisa poderão ser consideradas para a execução e interpretação de programas de monitorização de populações expostas às substâncias hematotóxicas e irão subsidiar estratégias de prevenção, controle e vigilância do câncer relacionado ao trabalho e ao ambiente.