Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Casemiro, Juliana Pereira |
Orientador(a): |
Valla, Victor Vincent |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4687
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Resumo: |
Os casos de violação do Direito Humano à Alimentação no Brasil, sob suas diversas manifestações, não se distribuem ao acaso: são construções históricas fruto de decisões tomadas pela elite econômica e política de nosso país. A religião popular tem revelado um grande potencial agregador, representando em muitas ocasiões a possibilidade de um espaço de livre expressão e de apoio às pessoas em suas dores, constrangimentos, dúvidas e aflições. O final da década de 1980 revela mudanças nas relações entre religião, sociedade e política relacionadas com experiências de engajamento social e político de instituições e grupos religiosos através da igreja popular, as comunidades de base, a teologia da libertação, o movimento ecumênico e o movimento de direitos humanos. Criada em 1983, a Pastoral da Criança da Igreja católica trabalha de forma ecumênica a mobilização social em torno das ações básicas de saúde voltadas à população materno infantil, “capacitando” lideranças que residem na própria comunidade. A Pastoral da Criança atua há aproximadamente dez anos em São João de Meriti: município essencialmente urbano localizado na região metropolitana do Rio de Janeiro. Este estudo foi realizado a fim de investigar a percepção dos Líderes da Pastoral da Criança que atuam em de São João de Meriti sobre as condições de promoção e defesa do direito à alimentação neste município. Realiza-se ainda um debate acerca das relações estabelecidas entre religiosidade e enfrentamento da pobreza, identificando fatores que intervêm na mobilização deste grupo. Trata-se de um estudo qualitativo que reuniu um grupo de dez Líderes da Pastoral da Criança em três sessões de Grupo Focal (utilizando “Roteiros de Debates” pré-elaborados e registrando através de gravações em fita K7). Complementarmente foi utilizada a técnica de Observação Participante com registro em Diário de Campo. Destaca-se como resultado que desemprego e subemprego e a dificuldade de acesso aos serviços públicos de saúde, assistência social e saneamento foram apresentados como principais obstáculos para a efetivação do Direito Humano à Alimentação. As falas apresentaram análise crítica sobre as ações poder público e revelaram desalento ao tratarem do assistencialismo. A religião tem para este grupo uma função de “protesto simbólico” (Parker, 1996) frente aos grandes desafios impostos por uma realidade de extrema desigualdade e pobreza, perpetuadas pelas lacunas deixadas pelo poder público. |