Estudo do tratamento agudo e crônico com os antidepressivos nortriptilina e desipramina na expressão cerebral de C-Fos e nas respostas comportamentais no nado forçado em ratos

• Ano de defesa: 2009
• Autor(a) principal: Santana, Rejane Conceição
• Orientador(a): Bartolomei, Fregoneze Josmara
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz
• Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34888

Muitos estudos têm sido realizados com o objetivo de esclarecer os mecanismos fisiopatogênicos da depressão, no entanto, o processo neurobiológico exato que leva a depressão e os mecanismos responsáveis pelo efeito terapêutico de drogas antidepressivas não foram completamente elucidados. Dessa forma, os objetivos do presente trabalho foram: 1) Comparar o perfil da expressão de c-Fos no cérebro de ratos sob tratamento agudo e crônico com antidepressivos tricíclicos, especialmente no que diz respeito ao fenômeno da janela terapêutica; 2) Comparar as respostas comportamentais (imobilidade, nado e escalada) no teste do nado forçado em ratos sob tratamento agudo com nortriptilina e desipramina; 3) Investigar se o padrão de resposta comportamental observado em ratos submetidos ao teste do nado forçado pode confirmar a ocorrência de janela terapêutica para o antidepressivo nortriptilina. Foram utilizados ratos adultos Wistar com 8 semanas de idade. Para o estudo do efeito da administração aguda na expressão de c-Fos e teste do nado forçado, foram utilizados desipramina e (5, 10,25 e 50 mg/kg), nortriptilina (5, 10,25 e 50 mg/kg) ou soro fisiológico 0,9% (controles) via intraperitonial. No estudo do efeito da administração crônica de nortriptilina e desipramina, foram utilizadas as doses de 5, 10, 15 e 20 mg/kg de desipramina e nortriptilina via intraperitonial durante 14 dias. O grupo controle recebeu soro fisiológico 0,9% nas mesmas condições. O presente estudo mostra que, no tratamento agudo com os antidepressivos tricíclicos nortriptilina e desipramina, em diferentes doses, há aumento da expressão de c-Fos de forma dose-dependente nas seguintes áreas: MPOL, PVN, SCh, hipocampo (CAI), CeA e MeA. Enquanto a desipramina apresentou uma curva linear crescente, a nortriptilina mostrou curva em forma de U invertido, sendo que tanto a menor quanto a maior dose se diferenciam do grupo controle. O mesmo padrão de resposta foi observado com a administração crônica destes antidepressivos. Além disso, verificou-se no teste do nado forçado que a desipramina diminui o tempo de imobilidade de forma dose dependente linear crescente, enquanto a nortriptilina reduziu o tempo de imobilidade de forma dose-dependente em forma de U, sendo que a menor e a maior dose apresentaram menor efeito no tempo de imobilidade. Em suma, nossos dados mostram que as áreas estudadas podem estar implicadas na atividade dos antidepressivos nortriptilina e desipramina.