Organização social e estratégias alimentares de sobrevivência em acampamento do movimento sem terra, Estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Esteves, Thais Vieira
Orientador(a): Anjos, Luiz Antonio dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4683
Resumo: O presente trabalho procura estudar, no bojo da discussão sobre os movimentos sociais e do debate sobre a Reforma Agrária, as formas de organização social de população acampada em uma ocupação organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, identificando as estratégias de sobrevivência das famílias ocupantes. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo transversal, usando métodos de análise qualiquantitativos, do grupo populacional residente no acampamento Oziel Alves, município de Campos dos Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro. O acampamento ocupa uma área de 3 mil hectares da Fazenda Cambaíba em processo administrativo com vistas à desapropriação, cuja área encontra-se dividida em três núcleos de moradia. O estudo iniciou-se com a caracterização histórica do processo de luta pela terra feita através de entrevistas com as lideranças locais. Dada a necessidade de composição de amostra, a população acampada foi estratificada a partir dos núcleos de moradia, produzindo uma amostra que correspondeu a 22% das famílias residentes no acampamento. O questionário utilizado com as famílias constou de perguntas abertas e fechadas onde foram abordadas questões relativas ao processo de luta pela terra, características demográficas da família e informações sobre trabalho, saúde e alimentação. Observouse com as entrevistas, entre outras questões, que: os acampados desenvolvem o cultivo de diversos tipos de gêneros alimentícios sendo estes principalmente destinados ao consumo familiar; a dieta apresenta insuficiências quali-quantitativas, apesar dos esforços em se assegurar uma satisfatória condição alimentar; e a relação entre a saúde, a alimentação e o trabalho foi objetivada na necessidade de disposição para execução de atividades laborais, considerando o desgaste orgânico das tarefas desenvolvidas no trabalho na agricultura. Os sem-terra acampados apontam, em suas falas e ações, a vontade de construir novas formas de organização e existência humana, livres da marginalização e da exclusão social.