Análise da adesão de profissionais de saúde a um protocolo clínico para saúde cardiovascular do adulto e idoso em uma unidade de saúde de atenção primária

• Ano de defesa: 2010
• Autor(a) principal: Silva, Érica Rodrigues
• Orientador(a): Portela, Margareth Crisóstomo
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/16894

As doenças cardiovasculares representam importante problema de saúde pública não só no nosso país, mas em todo o mundo, visto que constituem a principal causa de morbi-mortalidade e representam os mais altos custos em assistência médica. O uso dediretrizes clínicas no cuidado às doenças cardiovasculares prevê o desenvolvimento de ações de prevenção e de promoção de estilos de vida saudáveis como estratégias de prevenção de doenças, de sua detecção precoce, minimizando danos, incapacidades, riscos e gastos. Este estudo buscou avaliar a adesão dos profissionais de saúde de umcentro de saúde ao protocolo clínico para prevenção de doenças cardiovasculares implementado. Foi realizada uma pesquisa envolvendo desenho de estudo observacionalde corte transversal em três componentes: observação do nível de adesão dos profissionais às práticas preconizadas; avaliação da percepção dos profissionais de saúde frente aos limites e possibilidades do uso do protocolo; e apreensão do olhar dos usuários sobre a incorporação no cuidado recebido de práticas indicativas da adesão dos profissionais de saúde ao protocolo. Os dados foram obtidos entre os meses de outubro de 2009 e abril de 2010, por duas pesquisadoras treinadas. Para a classificação do risco cardiovascular, a declaração dos profissionais remete a adesão de 71,4 por cento, enquanto que a análise de amostra de prontuários evidenciou que apenas 8,5 por cento dos prontuários possuíam o registro desta informação. Levando-se em consideração que o motivo da consulta/diagnóstico registrado pelo profissional de saúde em análise de prontuários revelou que cerca de 50,0 por cento dos usuários apresentavam fatores de risco importantes para doenças cardiovasculares, evidencia-se a importância da classificação do riscocardiovascular, bem como de seu registro no prontuário para a tomada de medidas preventivas e terapêuticas respaldadas pelo rigor científico. O registro das avaliações antropométricas também confirmou diferenças nas informações. A medida de IMC foi registrada em 31,9 por cento dos prontuários e a de circunferência da cintura em 8,9 por cento, enquanto que 66,7 por cento e 14,3 por cento dos profissionais declarar por cento m registrá-las, respectivamente. As orientações de estilo de vida foram registradas em 16,1 por cento dos prontuários, diferentemente do que os profissionais declararam realizar, ou seja, uma freqüência de 66,7 por cento. Já os usuários identificam prioritariamente as orientações sobre alimentação recebidas pelos profissionais de saúde, conforme relatado por 63,8 por cento deles. Asistematização do registro destas informações na ficha de estilo de vida correspondeu a 20,2 por cento dentre os prontuários com as fichas preenchidas. A percepção dos usuários acerca da compreensão dos seus fatores de risco, com freqüência de 27,5 por cento, demonstram que de alguma maneira parte dos usuários estão cientes dos fatores relevantes para o risco cardiovascular. Assim, apesar do discurso dos profissionais de saúde, em geral, conduzirem para uma valorização positiva do uso do protocolo e da utilização deste na prática clínica, não se pôde verificar na pesquisa a ocorrência da adesão através do registro das informações referentes aos indicadores de processo analisados no estudo. Tais achados revelam a importância do incentivo à prática de educação permanente na unidade, a criação de uma política de formação e capacitação de recursos humanos permanentes, monitoramento e avaliações constantes dos processos decisórios e o envolvimento de lideranças.