Desenvolvimento e caracterização de anticorpo monoclonal antiquitooligômeros como potencial ferramenta no tratamento de infecções fúngicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Figueiredo, Alexandre Bezerra Conde
Orientador(a): Rodrigues, Marcio Lourenço
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/43250
Resumo: A busca pelo diagnóstico rápido e o tratamento de infecções fúngicas invasivas são de grande importância, visto que mais de um milhão de indivíduos morrem por ano em decorrência dessas infecções. Candida albicans, Aspergillus fumigatus, Pneumocystis jirovecii e Cryptococcus neoformans são os patógenos fúngicos com maior incidência e responsáveis por altas taxas de morbi-mortalidade. Um dos principais componentes da parede celular é a quitina, um polímero formado por unidades de N-acetilglucosamina com ligações \03B2-1,4. A quitina é um componente essencial para a rigidez e integridade da parede celular de fungos, um alvo terapêutico e uma ferramenta diagnóstica, pois não é sintetizada por humanos ou animais. Nesse estudo, foram desenvolvidos anticorpos monoclonais (AcM) contra oligômero de quitina através da técnica de hibridomas. Ensaios funcionais caracterizaram os AcMs como potenciais ferramentas para o diagnóstico e tratamento de infecções fúngicas invasivas Testes de ELISA (do inglês EnzymeLinked Immunosorbent Assay) demonstraram que os AcM possuem afinidade e especificidade pela quitina e seus derivados, visto que não se ligaram a nenhum outro tipo celular como: às linhagens de células pulmonares humanas e aos microorganismos testados (G. lamblia, E. coli e S. Aureus). Análises de imunofluorescência demonstraram que os AcMs se ligam à parede fúngica de C. albicans. Ensaios in vitro revelaram que os AcMs aumentaram a capacidade fungicida da Anfotericina B (AmB) e Fluconazol (FLC), fármacos usados na clínica médica para o tratamento de infecções fúngicas invasivas. Os AcMs HC6/DD11 e AF1/CC5 foram capazes de interferir com dois dos maiores fatores de resistência a antifúngicos, a formação de biofilme e a produção do pigmento melanina. Em modelo murino de infecção por C. neoformans, a administração conjunta do AcM anti-quitooligômeros HC6/DD11 e doses subinibitórias de AmB promoveram a sobrevivência dos animais em torno de 100%. Os dados obtidos nesse estudo corroboram a hipótese de que anticorpos desenvolvidos contra quitooligômeros são potenciais ferramentas auxiliares para o diagnóstico e o tratamento de infecções causadas por C. neoformans.