Impacto dos Vírus Respiratórios nas Exacerbações Respiratórias de Crianças e Adolescentes com Fibrose Cística

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Meyer, Viviane Mauro Corrêa
Orientador(a): Motta, Fernando do Couto, Costa, Patricia Fernandes Barreto Machado
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34547
Resumo: A Fibrose Cística (FC) é uma doença genética, multissistêmica, crônica e progressiva, que cursa com doença pulmonar crônica supurativa. A principal causa de morbimortalidade nesta doença são as exacerbações respiratórias (ER), isto é, períodos de piora aguda dos sintomas pulmonares. Embora classicamente atribuídas às infecções bacterianas, frequentes nestes pacientes, os vírus respiratórios vêm ganhando importante reconhecimento de seu papel etiopatogênico. Neste estudo seccional, objetivamos identificar a prevalência de vírus respiratórios em crianças de 0 a 17 anos com FC acompanhadas no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, no Rio de Janeiro, que se apresentaram ao hospital preenchendo critérios de ER. Todos os pacientes que preencheram os critérios de inclusão concordaram em participar e tiveram amostras de swab combinado de naso e orofaringe coletados e enviados ao Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz para pesquisa de Adenovírus, Vírus Influenza A e B, Vírus Parainfluenza 1, 2 e 3, Vírus Sincicial Respiratório (VSR), Metapneumovírus e Rinovírus/Enterovírus/Coxsackie Vírus, por RT-PCR e Imunofluorescência. Foram obtidas 70 amostras de 48 pacientes, das quais 35,7% foram positivas para vírus respiratórios Os Rinovírus/Enterovírus/Coxsackie Vírus foram os mais frequentes (28% das amostras positivas), seguidos de VSR. Comparando-se o grupo positivo para vírus com o negativo, o primeiro foi mais jovem, embora sem significância estatística, e teve maior associação com sintomas catarrais (p=0,03). Quando analisados os pacientes menores de 5 anos, o grupo positivo para vírus teve maior associação com febre (p=0,01). Apesar de não alcançar significância estatística, as detecções virais foram mais frequentes em pacientes previamente colonizados por Pseudomonas aeruginosa e esta bactéria foi cultivada com mais frequência no grupo positivo para vírus. Não houve diferença significativa nos indicadores de gravidade, como internação hospitalar, queda de saturação de oxigênio e Cystic Fibrosis Clinical Score, entre os grupos positivo e negativo. São necessários mais estudos prospectivos a fim de avaliar o impacto a longo prazo das infecções virais nos pacientes com FC, assim como sua interação com o microbioma bacteriano.