Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Macieira, Karine Venegas |
Orientador(a): |
Coelho, Lara Esteves |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/60625
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Resumo: |
Introdução: Entre os anos de 2016 e 2017 o Brasil passou por um surto de febre amarela, flavivirose transmitida por mosquitos do gênero Aedes ou Haemagogus, levando a ampliação da cobertura vacinal no país. A vacina contra Febre Amarela (17DD) é uma vacina de vírus vivo que tem sua administração contra-indicada em indivíduos portadores de doenças imunocomprometedoras. No contexto de indivíduos vivendo com HIV, a vacina é contra-indicada em casos de imunodeficiência grave (CD4<200 cels/mm3), pois, resulta em uma resposta de fase aguda, levando ao aumento dos níveis de citocinas envolvidas no balanço da resposta imunológica pró-inflamatória. Os miRNAs regulam várias funções imunológicas e demonstram ser biomarcadores de ativação de linfócitos e importantes reguladores pós transcricionais da expressão gênica, refletindo seu papel importante na resposta imune e na atividade de anticorpos neutralizantes pós vacinação. O presente estudo teve como objetivo, caracterizar a expressão de miRNAs em relação a expressão de citocinas em indivíduos vivendo com HIV-1 vacinados contra a febre amarela. Métodos: Incluímos neste estudo (aprovado pelo CEP), 70 indivíduos (50 PVHIV e 20 controles negativos) que assinaram o TCLE e receberam vacina contra febre amarela. As amostras de sangue foram coletadas na pré-vacinação, no 5º após vacinação e utilizadas para separação das PBMC seguida da obtenção do RNA. O cDNA foi sintetizado para as análises de expressão gênica das citocinas (IL-6, IL-10, IL-21, TGF-), receptores (CD19 e CD163) e miRNAs (mir 21, mir-146, mir-155 e mir-520). Para as análises da quantificação relativa, utilizamos a fórmula 2-ΔΔCt que representa quantas vezes o gene alvo está mais expresso em relação ao controle. Nas análises estatísticas, utilizamos o teste t Mann Whitney e Kruskal- Wallis. As amostras de sangue também foram coletadas no dia 30 para análises de citometria e PRNT (resultados de colaboração). Resultados: Tanto os indivíduos PVHIV quanto o grupo controle, demonstram uma queda acentuada de linfócitos TCD4+ no quinto dia após aplicação da vacina, mas esse declínio não impactou na produção de anticorpos neutralizantes no dia 30. A expressão relativa do receptor CD163 antes da vacinação apresentou menor expressão em PVHIV. A expressão da citocina IL-10 apresentou um fold change (mediana de 1,4 vezes mais expressa) maior nos participantes do grupo PVHIV após a vacinação. Os alvos CD19 e TGF- demonstram uma tendência de queda na expressão diferencial em PVHIV e grupo controle. Os mir-21, mir-146 e mir-155 não apresentaram diferença estatística na sua expressão entre PVHIV e o grupo controle. O mir-520 só apresentou detecção da expressão gênica para seis indivíduos, tornando inviável as análises de expressão diferencial desse alvo. Conclusão: A vacina foi imunogênica e os indivíduos mostraram títulos neutralizantes protetores um mês após a vacinação. Não foi possível determinar biomarcadores baseados na expressão dos miRNAs relacionados aos alvos pois os achados não sugerem correlação entre a expressão diferencial das citocinas e dos possíveis miRNAs. Acreditamos que a IL10 seja altamente expressa em PVHIV para limitar a resposta imune inata ativada pelo HIV-1, reduzindo o dano tecidual e a inflamação excessiva promovida pela vacina atenuada 17DD. |