Estudo das bases genéticas do Transtorno Bipolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Menezes, Juliana Chagas de
Orientador(a): Cabello Acero, Pedro Hernán
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/27432
Resumo: Introdução: O transtorno bipolar (TB) é uma doença psiquiátrica caracterizada por mudanças de humor crônicas, onde o paciente apresenta episódios de mania, hipomania e depressão, causando comprometimento funcional por lesão social e cognitiva. Os casos também apresentam maior risco de suicídio. O transtorno bipolar é uma doença comum que afeta de 1% a 4% da população mundial e representa um importante problema de saúde pública. Os mecanismos moleculares subjacentes à doença ainda não estão bem elucidados, representando um desafio importante na psiquiatria. As ações de múltiplos genes em interação com fatores ambientais, como consumo de álcool, toxicodependência e abuso físico, contribuem para a manifestação da doença. Alguns genes são considerados candidatos a fatores de risco para o desenvolvimento do transtorno bipolar como, por exemplo, os genes CACNA1C, ODZ4, NCAN, FTO, TNF-A, IL-10, IL-6, BDNF e SERP1 que desempenham papéis importantes no desenvolvimento e na regulação neuronal, conectividade sináptica, mielinização, orientação axonal, mediação da resposta inflamatória, controle da resposta imune e na proteção contra a morte neuronal. Objetivo: Neste estudo caso-controle, avaliamos se os polimorfismos de único nucleotídeo (SNPs), localizados nos genes listados, podem ser considerados fatores de risco ou moduladores genéticos do quadro clínico de casos com TB em uma amostra de casos e voluntários saudáveis do Estado do Rio de Janeiro Métodos: Foi coletado material biológico (sangue ou saliva) de 104 casos e 202 controles, e em seguida foi feita a extração de DNA. A genotipagem dos SNPs foi realizada pelo método de polimorfismo de tamanho de fragmento de restrição (RFLP) para os genes ODZ4 e NCAN. Foi realizado sequenciamento de Sanger para estudo do gene NCAN. E foi utilizado o método reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real para os genes, FTO, TNF-A, IL-10, CACNA1C, IL-6, BDNF e SERP1. As distribuições dos genótipos foram comparadas entre casos e controles e também entre casos com diferentes parâmetros clínicos para avaliar o possível papel desses polimorfismos no desenvolvimento de TB e/ou na modulação da doença. Resultados e conclusão: Não foram encontradas diferenças significantes entre casos e controles nas distribuições genotípicas. No entanto, na comparação do polimorfismo presente no gene FTO com a presença de recorrência familiar da doença, tipo de TB e ausência de episódios psicóticos, IL-6 com ocorrência de episódio psicótico, IL-10 com ocorrência de episódio depressivo, CACNA1C e tipo de TB, e SERP1 com tipo de TB, observamos resultados com significância estatística, o que pode sugerir uma possível associação destes SNPs em pacientes com TB.