Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Silva, Erlane Brito da |
Orientador(a): |
Boia, Marcio Neves,
Carvalho-Costa, Filipe Aníbal |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/52530
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Atualmente estima-se uma prevalência de 4,6 milhões de pessoas portadoras de T. cruzi no Brasil, predominando casos crônicos, que podem apresentar-se nas formas indeterminada, cardíaca, digestiva ou mista. As complicações crônicas levam a hospitalizações em seu curso, sendo nestas, a forma cardíaca a mais prevalente. OBJETIVOS: Avaliar o perfil clínico e epidemiológico de pacientes com doença de Chagas crônica hospitalizados no Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí(HU-UFPI) entre março de 2014 e março de 2019. METODOLOGIA. Série de casos utilizando dados de prontuários. RESULTADOS: Foram analisados dados de 76 pacientes, com idade igual ou superior a 60 anos (68,4%), sexo masculino (56,6%), nasceram no Piauí, principalmente no semiárido piauiense, predominantemente no polígono formado pelos municípios de Oeiras, Picos e São João do Piauí. Dos 76 pacientes, 42 (55,3%) forma cardíaca isolada, 23 (30,3%) tinham a forma digestiva, e 11 (14,4%) tinham a forma mista. Entre os 34 pacientes com a forma digestiva, (76,5%) tinham megaesôfago, (23,5%) tinham megacólon, sendo que (17,7%) tinham comprometimento simultâneo do esôfago e do cólon. Alguns destes 34 apresentam também cardiopatia. Entre os pacientes com forma digestiva, os sintomas mais prevalentes foram: disfagia (69,6%), perda de peso (39,1%) e constipação (34,8%). E dispnéia(50%), taquicardia/arritmia (47,6%) e síncope (40,5%) nos pacientes com forma cardíaca isolada. A IC foi o achado clínico mais prevalente nos pacientes com forma cardíaca. Os achados eletrocardiográficos foram: BAV em 66,7%, HBAE em 40,7%, BRD em 33,3% e extrassístoles em 14,8% Ao ecocardiograma as alterações segmentares observadas foram disfunção sistólica (40,7%) e disfunção diastólica do VE(29,6%). E 68% destes pacientes apresentaram FEVE <45%. As drogas mais utilizadas foram: os IECA(57,9%), diuréticos (66,7%), bloqueadores adrenégicos (31,6%) e antiarrítmicos (21,1%). O uso de aminas vasoativas ocorreu em 18,4% dos casos, com média de 2,8 dias de uso, sendo a noradrenalina a mais utilizada. Entre os procedimentos cirúrgicos, o mais utilizado foi o implante de marca-passo em 27 pacientes (35,5%). Seis (14,3%) receberam implante de CDI. Entre os pacientes da forma digestiva, os exames mais realizados foram EDA, em 23,7%, esofagograma (9,2%) e colonoscopia (3,9%). Foram realizados os seguintes procedimentos cirúrgicos: esofagectomia, esofagogastrostomia e esofagomiotomia. Em relação às 76 internações, a maioria 33 (43,4%), ocorreram por pacientes que foram transferidos para o HU-UFPI de outro serviço para tratamento especializado. A média de tempo de internação foi de 11,5 dias. Quanto aos desfechos intra-hospitalares de pacientes com DC, a alta ocorreu em 90,8% e óbito ocorreu em 9,2%. CONCLUSÕES: A doença de Chagas é causa frequente de hospitalizações no HU-UFPI, observando-se maior incidência da forma cardíaca. A maioria dos pacientes é natural de municípios nas regiões sudeste e sudoeste do estado, regiões de maior endemicidade. As hospitalizações de pacientes com a forma cardíaca da doença de Chagas são menos prolongadas e associadas frequentemente à implantação de marca-passo e cardioversor-desfibrilador implantável e com letalidade nula. Na forma digestiva, a maioria das internações está associada ao comprometimento esofágico, requerendo intervenções cirúrgicas, cursando com taxa de letalidade considerável |