Tem algo podre no lixo? A coleta do lixo em hospitais públicos de Brasília

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Prates, Carlos Inácio
Orientador(a): Mota, José Aroudo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/27531
Resumo: Este trabalho aborda a coleta de materiais recicláveis produzidos em hospitais do serviço de saúde pública do Distrito Federal (DF). O trabalho teve o objetivo de descobrir qual o destino dos materiais recicláveis que são gerados nesses locais, num cenário normativo em que é determinada a cada estabelecimento a elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde (PGRSS) - para tratar do manejo dos resíduos a fim de minimizar e racionalizar a sua produção, e proporcionar o seu encaminhamento seguro -, e que também obriga os órgãos públicos, daquela unidade federativa, a fazer a coleta seletiva de materiais recicláveis em suas dependências e a destinar estes materiais às associações ou cooperativas de catadores de materiais recicláveis, constituída por trabalhadores de baixa renda. Para alcançar o objetivo proposto foram feitas pesquisas nas legislações da esfera federal e do Distrito Federal, e material bibliográfico que tratam tanto dos resíduos sólidos, como da coleta seletiva e dos catadores de materiais recicláveis. Para completar a pesquisa foi feito um trabalho de campo em que foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, com funcionários de hospitais públicos do DF, na Superintendência de Limpeza Urbana (SLU/DF), no Núcleo de Resíduos da Gerencia de Hotelaria da Secretaria de Estado de Saúde (NR/GH/SES/DF), na Central de Cooperativas dos Catadores de Material Recicláveis do Distrito Federal, e na empresa Capital Recicláveis Ltda.. Assim foram dadas explicações do que é e como funciona o PGRSS, a coleta seletiva de materiais recicláveis e o mercado de recicláveis, numa economia capitalista. Os resultados obtidos revelam que a implementação do PGRSS ainda é precária e os materiais recicláveis não são destinados aos catadores. Conclui-se que a atitude das autoridades e gestores dos hospitais públicos em não se empenharem na separação dos resíduos dos serviços de saúde (RSS), acaba favorecendo o interesse das empresas que prestam o serviço de coleta/tratamento e destinação diferenciada desse material, que recebem de acordo com a quantidade gerada. Assim, recursos que poderiam ser utilizados em favor de interesses coletivos acabam tendo outra destinação, indicando que tem algo de ‘podre’ na gestão do lixo hospitalar nos hospitais públicos do DF.