O pensar e o agir das mulheres assistidas em um centro de atenção psicossocial de álcool e outras drogas: alcoolismo feminino e o caminho para a recuperação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Silva, Maria das Graças Borges da
Orientador(a): Lyra, Tereza Maciel
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13310
Resumo: O alcoolismo feminino tem aumentado nas ultimas décadas, em parte como conseqüência das mudanças no estilo de vida que acompanharam o movimento de emancipação das mulheres. Trata-se de um agravo marcado por preconceitos de gênero, o que dificulta que as mulheres procurem ajuda. O estudo objetivou compreender como mulheres alcoolistas atendidas por um Centro de Atenção Psicossocial - Álcool e outras Drogas (CAPSad) interpretam suas experiências e guiam suas ações em relação ao alcoolismo. Utilizou-se uma abordagem qualitativa, com enfoque teórico-metodológico ancorado nas Representações Sociais. Foram realizados questionários sociodemográficos, entrevistas semiestruturadas e análise de prontuários em um CAPS-ad do Recife, financiado pelo Sistema Único de Saúde. A amostra foi intencional, composta por mulheres com diagnóstico de alcoolismo estabelecido, maiores de 18 anos. Os resultados sugerem que mudanças negativas nas condições psicossociais das mulheres alcoolistas estão ligadas ao uso abusivo do álcool. O início do uso aparece relacionado a situações de separação, perda e problemas financeiros. Observou-se também o uso freqüente em lugares públicos, contrariando achados da literatura, no quais o uso privado prevaleceria. Representações sobre os diferentes tipos de bebidas orientam a assunção do alcoolismo como doença, e geram sentimentos ambivalentes: prazer/tristeza e solidão/preconceito. Com relação às alternativas terapêuticas, admitem ofertas de tratamento tanto com abordagem centrada na abstinência como na Redução de Danos. Conclui-se que as entrevistadas possuem uma percepção negativa do alcoolismo feminino, sendo a carência emocional o dado mais representativo. Ressalta-se a necessidade de ampliar e sensibilizar os profissionais de saúde pública para as especificidades do cuidado à alcoolista, especialmente o diagnóstico em todos os níveis de atenção, com oferta de ações sensíveis de prevenção e tratamento