Toxicologia forense e saúde pública: desenvolvimento e avaliação de um sistema de informações como potencial ferramenta para a vigilância e monitoramento de agravos decorrentes da utilização de substâncias químicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Alves, Sergio Rabello
Orientador(a): Moreira, Josino Costa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4368
Resumo: Um dos maiores problemas enfrentados pelas instâncias tomadoras de decisão, no que diz respeito à implementação de programas de vigilância e prevenção nestas áreas relaciona-se com a real quantificação ou dimensionamento do problema. Dentro desta fundamentação, o objetivo geral desta Tese foi desenvolver um Sistema de Informações toxicológicas forense no âmbito do Estado do Rio de Janeiro, avaliar o perfil epidemiológico (estudo descritivo) das exposições/intoxicações envolvendo a utilização de substâncias químicas, e diagnosticar/quantificar qualquer enventual fenômeno de subnotificação. O Banco de Dados foi desenvolvido na plataforma Access 2002 (Copyright Microsoft Corporation® 1992-2001). As informações produzidas foram analisadas pelo SPSS para Windows, versão 12.0 (Copyright SPSS® Inc. 1989-2003). A distribuição dos casos em relação ao espaço (mapas) foi processada utilizando a plataforma TabWin (DATASUS/MS). Foi considerado como positivo (definição de caso), todo exame detectado pelo método analítico disponível no Laboratório ou, no caso da determinação da concentração de etanol, toda análise acima de 0,6 g.L-1 (limite estabelecido pelo Código de Trânsito Brasileiro – CTB, para o estado de embriagues). O tempo médio para levantamento, processamento e cruzamento das informações, bem como execução de testes estatísticos pertinentes foi da ordem de algumas horas. No período do estudo (2000 a 2004) foram concluídos 6370 casos. Destes, mais de um terço dos casos concluídos (36,96%) foram considerados positivos. As substâncias que mais se destacaram foram: Álcool (66,94%) - 22,68 casos:100.000 hab., carbamatos (12,85%) - 4,30 casos:100.000 hab., cafeína (5,33%) - 1,78 casos:100.000 hab., anticonvulsivos (3,64%) - 1,20 casos:100.000 hab. e analgésicos (3,30%) -1,08 casos:100.000 hab. Com exceção desta última categoria de substâncias, as demais apresentaram predominância (56,27%) do sexo masculino. A distribuição pela faixa etária apontou que o álcool (97,28%) e carbamatos (90,88%); foram os grupos que proporcionaram uma homogeneidade a partir dos 20 anos de idade. Cafeína e anticonvulsivos foram detectados principalmente entre os 20 e os 49 anos (76,86 e 72,22%, respectivamente). Analgésicos obtiveram um espectro mais amplo de casos positivos (20 a 59 anos – 77,5%). Em relação ao álcool, os municípios mais afetados foram Marica, Itaboraí, Saquarema, Rio Bonito, Araruama,Silva Jardim, Armação de Búzios, São José do Vale do Rio Preto, Teresópolis, Sumidouro, Cordeiro e Trajano de Morais –– 22 a 49 casos:100.000 hab. Rio de Janeiro, Niterói, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, São João de Meriti, Mesquita, Nilópolis e Belford Roxo respondem pelos maiores prevalências relacionadas a praguicidas – 10 a 191 casos:100.000 hab. Maiores ocorrências para Medicamentos, foram localizadas em Angra dos Reis; Itaguaí, Rio das Flores, Teresópolis e Cantagalo -– 3 a 5 casos:100.000 hab. Drogas de abuso apresentaram maiores índices de subnotificação em relação ao Sistema Nacional de Informações sobre Mortalidade – SIM e Sistema Nacional de Informações Tóxicofarmacológicas - SINITOX (99,40% e 100,00%, respectivamente). Foram observados importantes índices para medicamentos (SIM -13,16% e SINITOX - 78,95%). Praguicidas foi a categoria de substâncias que apresentaram o menor grau de não registros SIM (12,93%) e SINITOX (69,09%).