Uma análise das internações obstétricas e neonatais no estado de Alagoas, Brasil, 2000

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Wanderley, Karla Larica
Orientador(a): Campos, Mônica Rodrigues
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4853
Resumo: A motivação para o desenvolvimento deste trabalho deveu-se ao fato de que definição e implantação de estratégias de qualificação da assistência obstétrica e neonatal são uma das prioridades do Ministério da Saúde e que o conhecimento das realidades estaduais e municipais no que se refere ao processo de descentralização e regionalização, do perfil epidemiológico e dos fluxos propostos e observados das usuárias do sistema são informações fundamentais para embasar a definição de políticas que propiciem a superação das dificuldades relacionadas ao acesso qualificado e oportuno aos serviços de saúde. A escolha de Alagoas como espaço geográfico para a realização do trabalho deveu-se ao fato deste estado apresentar, por um lado, as maiores taxas de mortalidade infantil do país, e por outro, ter-se identificado durante as relações de trabalho, interesse da Secretaria Estadual de Saúde (SES) em buscar estratégias de melhoria da qualidade da assistência ao grupo materno-infantil. Desta forma e utilizando-se como unidade de análise os municípios do referido estado, foi realizada uma análise descritiva, para o ano de 2000, do perfil das internações obstétricas e neonatais, do perfil de nascimentos, da rede hospitalar do estado, do Programa de Humanização do Parto e do Nascimento e do Programa Gestação de Alto Risco e dos óbitos neonatais. Além disso, foram utilizados indicadores socioeconômicos para compor um panorama da área estudada. Pretendeu-se, ao sistematizar as informações sobre assistência hospitalar obstétrica e neonatal nos municípios do estado de Alagoas, disponibilizar elementos de análise que subsidiassem os gestores do SUS no processo de definição de redes regionalizada e hierarquizada para a assistência à gestante e ao neonato. Os bancos de dados utilizados foram: o Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC), o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), o Sistema de Informação de Internações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), o Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SIA/SUS) e os dados provenientes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram construídos indicadores específicos a partir das informações disponibilizadas pelos bancos de dados, bem como realizada análise estatística exploratória com estatísticas descritiva, mapas temáticos, histogramas e testes de diferença de média, para caracterizar as análises propostas, utilizando-se dos pacotes estatísticos SPSS 8.0 e R1.8.1, e o software de visualização espacial ArcView 3.1. Identificou-se que a maioria dos municípios apresentou um perfil que se caracterizou como rural, populoso e com baixo nível de instrução, sendo que os municípios com maior proporção de população rural, maior taxa de analfabetismo, menor razão de óbito, menor cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS) para o parto e maior proporção de evasão localizaram-se predominantemente, na região Centro-Oeste do estado. A proporção de partos domiciliares do estado representou quase o dobro da média nacional, sendo que o menor valor apurado foi, ainda, 20% superior a mesma. Identificou-se que a exportação do parto não foi orientada em função do diagnóstico de risco relacionado à gestação e ao parto. Observou-se ainda, uma concentração importante de internações neonatais e partos em um número reduzido de hospitais e de municípios. E, muito embora tenha ocorrido um acréscimo no número de leitos e internações em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) neonatal entre 2000 e 2003, a oferta ainda está muito aquém das necessidades.