Ecologia de carrapatos e suas riquétsias em duas localidades da zona da mata de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Melo, Marcela Ferreira
Orientador(a): Torres, Filipe Dantas
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/35188
Resumo: Os carrapatos do gênero Amblyomma são vetores de várias espécies de riquétsias e a compreensão da sua sazonalidade é importante para prever o risco de transmissão desses patógenos. O objetivo do presente estudo foi de investigar a ecologia de carrapatos e riquétsias em dois tipos de ambiente na zona da mata atlântica de Pernambuco, nordeste do Brasil. Os carrapatos foram coletados mensalmente, de janeiro de 2015 a dezembro de 2016, através de armadilhas com gelo seco. O primeiro local de coleta foi uma área rural no município de Amaraji, e o segundo um remanescente de Mata Atlântica no município de Paudalho. Os carrapatos foram identificados morfologicamente e posteriormente submetidos à extração de DNA e PCR para detecção de Rickettsia spp. No total, 17.196 carrapatos foram coletados. Na área rural, foram coletados 74 machos, 94 fêmeas e 468 ninfas de Amblyomma sculptum e 864 larvas de Amblyomma spp. Na área de mata, foram coletados 116 machos, 69 fêmeas e 1.063 ninfas de Amblyomma dubitatum e 14.448 larvas de Amblyomma spp. A. sculptum mostrou uma tendência bimodal, com um pico maior no segundo semestre, ao passo que A. dubitatum apresentou um padrão mais definido, unimodal, com um pico acentuado no primeiro semestre. Dos 161 A. sculptum e 173 A. dubitatum adultos testados, 49 (30,4%) e 44 (25,4%) apresentaram positividade para o gene gltA, respectivamente. Quanto às ninfas, a taxa mínima de infecção foi de 2,1% (468 ninfas testadas, 11 pools positivos) e 5,91% (1.032 ninfas testadas, 61 pools positivos) para A. sculptum e A. dubitatum, respectivamente. Todas as amostras positivas para o gene gltA foram testadas para o gene OmpA, mas nenhuma delas apresentou resultado positivo. Esse estudo confirma a presença durante todo o ano de A. sculptum na zona da mata de Pernambuco. Embora não tenham sido encontrados carrapatos positivos para o gene OmpA, novos estudos serão necessários para investigar a circulação de Rickettsia rickettsii em diferentes populações de A. sculptum em Pernambuco.