O significado da expressão de p16INK4A e Ki-67 em biópsia de neoplasia intraepitelial cervical de grau II

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ferreira, Amanda Leal
Orientador(a): Andrade, Cecília Vianna de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34707
Resumo: A neoplasia intraepitelial cervical grau II (NIC II) é um estágio intermediário do desenvolvimento do câncer do colo do útero, que apesar de ser considerada uma lesão precursora do câncer apresenta altas taxas de regressão. As limitações inerentes ao diagnóstico histopatológico, principalmente nessa categoria diagnóstica, podem comprometer o manejo clínico adequado. A fim de melhorar a confiabilidade do diagnóstico da biópsia cervical, alguns biomarcadores estão sendo estudados, como o p16 e o Ki-67. Objetivo: compreender o significado da expressão de p16 e Ki-67 nas biópsias cervicais com diagnóstico de NIC II. Materiais e métodos: Foram analisadas 104 biópsias de colo uterino com diagnóstico original de NIC II, provenientes do Departamento de Anatomia Patológica e Citopatologia (DAPC) do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz (IFF/Fiocruz) no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2016 com diagnóstico de peça cirúrgica ou exames de seguimento clínico até um ano após o diagnóstico inicial de NIC II. A expressão dos biomarcadores p16 e Ki-67 foi avaliada qualitativamente por um grupo de patologistas experientes e quantitativamente pelo método de quantificação digital e comparadas com os resultados de padrão ouro. Resultados: Cento e quatro casos de biópsia de colo uterino com diagnóstico original de NIC II foram incluídos no estudo. A concordância interobservador na avaliação das biópsias na coloração de rotina e nas imunomarcações se manteve substancial, sendo a classificação dicotômica de p16 mais reprodutível do que a classificação histológica convencional. A avaliação qualitativa e quantitativa das marcações imuno-histoquímicas foram equivalentes. O status de p16 não apresentou relação com o diagnóstico de padrão ouro, mas apresentou alta sensibilidade e alto valor preditivo negativo para o diagnóstico de NIC III no padrão ouro. Em contrapartida, o status de Ki-67 apresentou associação com o padrão ouro e mostrou ser um biomarcador específico e com alto valor preditivo negativo para NIC II e alto valor preditivo positivo para NIC II ou mais grave. O uso da classificação dicotômica para p16 na rotina clínica causaria grande quantidade de sobretratamentos, enquanto que o uso do Ki-67 causaria subtratamento mais frequentemente. Conclusão: O biomarcador p16 não se apresentou como um bom preditor de lesão de maior gravidade no padrão ouro, causando mais casos de sobretratamento devido a sua alta sensibilidade. A aplicabilidade de Ki-67 para definição de conduta é limitada devido a sua baixa sensibilidade, apesar da alta especificidade e de sua associação com o padrão ouro, induzindo maior número de casos subtratados.