Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Moreira, Regina Barbosa |
Orientador(a): |
Pirmez, Claude |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23155
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Resumo: |
A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é causada por grande variedade de espécies do gênero Leishmania. A LTA apresenta intenso polimorfismo clínico, que pode variar desde quadro assintomático, até lesões desfigurantes. No Brasil L. (V.) braziliensis é a espécie dermotrópica mais amplamente distribuída. Até recentemente a abordagem dos fatores imunes relacionados à LTA era quase que restrita ao estudo da imunidade adquirida. Entretanto, a relação entre parasita e hospedeiro começa a ser definida já na fase inicial da infecção, regida pela imunidade inata. Esta resposta é mediada nos fagócitos profissionais que interagem, entre outros, com um conjunto de receptores não clonais, denominados de receptores de reconhecimento de padrões (PRR), destinados a reagir aos padrões moleculares relacionados aos patógenos (PAMP), ou padrões moleculares relacionados ao perigo (DAMP). Os inflamassomos canônicos são um conjunto de receptores citosólicos, que ao serem ativados por PAMP ou DAMP, iniciam um processo de montagem de plataforma proteica responsável pela ativação autocatalítica da pró-caspase-1, que irá ativar a IL-1\03B2 e IL-18. O objetivo deste trabalho foi avaliar fatores preditores de evolução de doença através da análise dos inflamassomos canônicos AIM2 e NLRP3 e IL-1\03B2 tanto in vitro como in vivo e a carga parasitária in vivo. Os estudos in vivo abordaram culturas de queratinócitos humanos HaCat e células de linhagem monocítica humana THP1 transformadas em macrófagos, cocultivadas com a cepa infectiva código internacional MHOM/BR/2000/LTCP-13396 de L. (V.) braziliensis. Nestes ensaios não foi possível relacionar as coculturas com a expressão gênica do NLRP3, AIM2 ou IL-1\03B2. Avaliamos ainda, lesões ativas de pacientes com LTA no Rio de Janeiro, área endêmica de L. (V.) braziliensis e relacionamos com apresentação clínica e resposta à terapia com Glucantime®. Na PCR em tempo real, a expressão gênica do AIM2 foi mais baixa na leishmaniose cutânea localizada, comparada com a forma mucosa. Houve uma redução da expressão do AIM2 nos pacientes com a leishmaniose cutânea localizada com boa resposta ao tratamento quando comparados com a pele normal, indicando que nesta forma deve haver um mecanismo de inibição da expressão do AIM2. Na análise pela imunohistoquímica observamos significativo aumento percentual de células AIM2+ em pacientes com má resposta ao tratamento, quando comparados aos pacientes que responderam bem ao tratamento. Encontramos ainda, um predomínio de células AIM2+, comparadas com células NLRP3+, demonstrando que o AIM2 foi mais abundante do que o NLRP3. Embora a expressão gênica do NLRP3 tenha sido detectada em cerca de 77% dos casos, foi possível visualizar células NLRP3+ em apenas 25% das amostras. Na literatura, a produção e a atividade do GP63, fator de virulência expresso nas espécies de Leishmania, vem sendo associada à uma redução da secreção da IL-1\03B2, possivelmente em decorrência da clivagem do NLRP3. Logo, o GP63 pode estar relacionado à escassez de células NLRP3+. Os nossos dados demonstram que o AIM2 é um inflamassomo importante na LTA e está diretamente associado à gravidade das lesões. Avaliamos também a carga parasitária pela PCR em tempo real com a quantificação absoluta utilizando a subunidade menor de Leishmania do gene RNA (SSR). Não encontramos uma relação entre a carga parasitária e os achados clínicos, mas os nossos dados confirmam a afirmação anterior de que infecções crônicas por L. (V.) braziliensis se associam com parasitismo escasso. |