Avaliação do perfil fenotípico das células B reguladoras nas diferentes formas clínicas da Doença de Chagas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Fares, Rafaelle Christine Gomes
Orientador(a): Oliveira, Rodrigo Corrêa de, Gomes, Juliana de Assis Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34520
Resumo: Vários mecanismos imunorreguladores têm sido propostos na infecção causada pelo protozoário T. cruzi como imunossupressão, apoptose e citocinas reguladoras. Recentemente, foi identificada uma nova subpopulação de células B com caracteríticas reguladoras, capazes de suprimir a progressão e/ou melhorar a recuperação de inflamações mediadas pela imunidade adquirida, principalmente pela produção de IL-10 e TGF-. Apesar de existirem relatos sobre alguns marcadores para Bregs em camundongos, não há uma definição clara de uma combinação específica de marcadores para determinar a população das células B reguladoras humana. Atualmente, ainda não existem relatos sobre o papel ou mesmo a presença de células B reguladoras em pacientes portadores da doença de Chagas. Diante disso, nosso objetivo nesse trabalho foi avaliar o perfil fenotípico das células B reguladoras em indivíduos portadores das formas clínicas indeterminada (IND) ou cardíaca (CARD) da doença de Chagas. Nossos resultados mostraram que pacientes apresentando a forma clínica IND possuem maior percentual de células B CD19+CD21+CD1d+, uma das subpopulação de células B reguladoras descrita em modelo murino, no sangue periférico. Adicionalmente, nossos dados mostraram que os pacientes do grupo IND também possuem maior percentual de células B CD19+CD43-CD1d+, outra subpopulação de células B reguladoras, assim como os pacientes do grupo CARD, após estimulação in vitro com antígenos do T. cruzi. Nossos resultados mostraram ainda que as subpopulações de células B CD19+CD21+ e CD19+CD43- dos pacientes com a forma clínica CARD apresentaram maior expressão intracitoplasmática de IL-10. Por outro lado, a expressão intracitoplasmática de TGF- foi maior nos linfócitos B reguladores dos indivíduos do grupo NI. Além disso, as células B CD19+ dos pacientes portadores da doença de Chagas apresentam maior expressão de marcadores de ativação e de apoptose. De fato, ainda são necessários estudos adicionais para melhor compreender a atividade funcional das células B reguladoras durante a infecção por T cruzi. No entanto, nossos dados reforçam a importância dos mecanismos de imunorregulação no desenvolvimento da doença de Chagas, sugerindo que a resposta imune contra o T. cruzi pode ser regulada por vários mecanismos supressores do hospedeiro e que os mecanismos reguladores desenvolvidos pelos indivíduos portadores das diferentes formas clínicas são distintos.