Contaminantes emergentes e pesticidas em água superficial e genotoxicidade em tilápias (Oreochromis niloticus), na Lagoa de Jacarepaguá-RJ

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Alves, Julia Araujo
• Orientador(a): Saggioro, Enrico Mendes
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49215

A Lagoa de Jacarepaguá (LJPA) integra o complexo lagunar da Baixada de Jacarepaguá, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, e possui 3,7 km2 de área de espelho d’água. Devido às ações antrópicas derivadas do intenso e acelerado processo de urbanização nos bairros vizinhos, vem apresentando redução na qualidade de suas águas. O constante lançamento de esgoto in natura ou ineficientemente tratado — derivado do adensamento populacional sem planejamento e a exploração imobiliária — insere uma série de contaminantes com alto potencial de causar danos à saúde. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da contaminação ambiental da LJPA através da análise de genotoxicidade em tilápias (Oreochromis niloticus) e determinação de alguns contaminantes emergentes e pesticidas em água superficial. Quatro coletas foram realizadas ao longo do ano de 2019 (C1, C2, C3 e C4) com frequência bimensal em seis pontos amostrais sendo um de referência (reservatório do açude do Camorim) e cinco na LJPA, nos quais foram obtidas amostras de água superficial e peixes. Foram analisados alguns parâmetros físico-químicos para a realização do cálculo do Índice de Qualidade de Água (IQA) nas amostras de água superficial. Nas análises químicas foram detectados e quantificados fármacos, hormônios e pesticidas. As análises de genotoxicidade foram realizadas por meio do ensaio cometa (EC) nas amostras sanguíneas das tilápias do Nilo. Os parâmetros turbidez, sólidos totais dissolvidos (STD), fósforo, amônia e nitrato revelaram-se não conforme com a Resolução CONAMA n° 357 para águas salobras classe II em todas as coletas e o IQA médio das campanhas foi classificado como “Ruim”. O fármaco ibuprofeno foi observado apenas em C4 e o hormônio 17α-etinilestradiol (EE2) foi encontrado em todas as coletas (concentração média = 7,06 ± 6,66 µg L-1 ). Os pesticidas foram quantificados apenas em C1, com concentração média de Ametrin (0,145 ± 0,02 µg L-1 ), D-aletrin (0,364 ± 0,07 µg L-1 ), Dimetoato (0,398 ± 0,02 µg L-1 ), Fenpropatrina (0,442 ± 0,18 µg L-1 ), Metamitrona (0,373 ± 0,05 µg L-1 ), Paraoxon (0,237 ± 0,05 µg L-1 ) e Tetraconazol (0,248 ± 0,10 µg L-1 ). Em C1 foi observado maior dano genotóxico nos peixes em relação às outras coletas. Concluiu-se que a LJPA está em desacordo com os parâmetros de IQA exigidos para águas de qualidade pelo INEA (Instituto Estadual do Ambiente), além da presença de substâncias prejudiciais para a biota aquática e meio ambiente, sendo necessárias políticas e ações de gestão e minimização dos danos ecológicos e ambientais na região.