Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Prazeres, Julia Bittencourt Cardoso dos |
Orientador(a): |
Arruda, Sérgio |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50385
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: A BCG é a única vacina licenciada no mercado para uso contra a tuberculose (TB). No entanto, sua alta eficácia pode variar de zero a 80% contra a forma pulmonar da doença, e pode ser causada por diferenças biológicas entre as cepas, dentre outros fatos. No Brasil, devido ao desabastecimento local da cepa Moreau, a cepa Russia passou a ser administrada em 2017. OBJETIVO: Avaliar a resposta imune celular de neonatos vacinados com BCG Moreau e BCG Russia, e comparar a produção de citocinas estimuladas por antígenos micobacterianos. MÉTODOS: Este é um estudo trata-se de uma série de casos não randomizados, realizado na Maternidade Magalhães Netto. Após o nascimento, neonatos saudáveis foram alocados em dois grupos: vacinados com BCG Moreau e BCG Russia, e acompanhados periodicamente. Amostras biológicas foram coletadas em antes (pré-BCG) e após (pós-BCG) a vacinação, para realização de ensaios imunológicos in vitro, de quantificação de citocinas em culturas de sangue total na ausência ou presença de antígenos micobacterianos (BCG Moreau, BCG Russia e H37Rv-HK, através de ensaio de citometria por microesferas. O processo de formação de cicatriz também foi avaliado. RESULTADOS: Entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, 36 neonatos foram incluídos no estudo. Desse total, 21 foram excluídos. Foram avaliados os dados de seis neonatos vacinados com BCG Moreau (16,7%) e nove vacinados com BCG Russia (25%). Na avaliação basal de citocinas (cultura não estimulada), o grupo Moreau apresentou níveis elevados de IL-2 e IL-10 após a vacinação. Além disso, a vacinação estimulou a produção de IL-2 e IFN-\03B3 em ambos os grupos, com aumento de IL-6, TNF e IL-10 após vacinação com BCG Russia. Em relação ao H37Rv-HK, a BCG não foi capaz de estimular produção de citocinas em nenhum dos dois grupos, com exceção da IL-2, aumentada após a vacinação com BCG Moreau. Em análise comparativa no momento pré-BCG, o grupo Moreau respondeu melhor em ambas as condições de estímulo in vitro. Após a vacinação, BCG Moreau induziu maior resposta inflamatória, com aumento na detecção de IL-6, TNF, IFN-\03B3 e IL-10, enquanto BCG Russia estimulou IFN-\03B3, exclusivamente. A vacinação foi bem tolerada e a lesão apresentou evolução normal. Contudo, a BCG Russia induziu uma menor extensão e ausência da cicatriz vacinal, em alguns casos. CONCLUSÕES: Os perfis de citocinas induzidas após a vacinação com as cepas BCG Moreau e BCG Russia são complexos, mas semelhantes. Ambas cepas foram associadas com o padrão clássico Th1, com produção de IL-2 e IFN-\03B3, mas somente a BCG Russia estimulou as citocinas inflamatórias IL-6, TNF e IL-10. A vacina induziu leve resposta imune in vitro contra o Mtb, mas associado à inflamação após BCG Moreau. A imunização foi bem tolerada e a lesão apresentou evolução normal. No grupo vacinado com a BCG Russia, a maior regulação da resposta imune pela IL-10 pode explicar o suposto desenvolvimento de lesão mais leve e menor cicatrização. |