Protocolo de avaliação dos riscos psicossociais: adequação ao SAMU-DF

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Araujo, Luciane Kozicz Reis
Orientador(a): Oliveira, Simone Santos Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24062
Resumo: Baseado nos preceitos da teoria da Psicodinâmica do Trabalho (PDT), o objetivo geral deste estudo foi avaliar quantitativa e qualitativamente os riscos psicossociais no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do Distrito Federal. O SAMU é um programa que tem como finalidade prestar o socorro à população em casos de emergência. Trata-se de um serviço público e universal que salva milhares de pessoas, diariamente, no Brasil. Semelhante à imensa maioria dos serviços de saúde pública ou privada, o SAMU lida com a escassez de recursos além de fatores inusitados ou imprevisíveis. Além disso, a realidade do cotidiano desses trabalhadores é inexoravelmente dolorosa, diante do que precisam encarar a cada instante do dia. As questões ligadas ao ambiente de trabalho, à organização, à caracterização e às condições de trabalho, às oportunidades de desenvolvimento que este permite, ao balanço entre trabalho e vida fora dele, ao envelhecimento da população ativa e à precarização e à insegurança no emprego, são, hoje em dia, consideradas fontes de riscos psicossociais. Se os riscos não forem adequadamente identificados e, consequentemente, oferecido o suporte aos trabalhadores, há a possibilidade de se gerar estresse e com isso o sofrimento do indivíduo dentro e fora do ambiente laboral, podendo levar a sérios problemas físicos e psíquicos, tais como burnout, depressão, doenças cardiovasculares, entre outras. Os resultados apontam que os principais riscos vivenciados pela categoria se referem a falta de condições de trabalho, tais como insuficiência e improvisação de recursos, espaço físico inadequado e equipe reduzida. Chama a atenção o esgotamento mental dos servidores frente a indignação de ter que submeter a atividade a decisões políticas, somando-se ao excesso de sobrecarga física a que estão expostos. Os danos relacionados ao trabalho caracterizam-se pelas dores nas costas, braços e distúrbios do sono. O sentido e a relevância do trabalho, o fato das tarefas não serem banais, bem como o reconhecimento da sociedade pelo serviço prestado protegem os servidores de um sofrimento patogênico. Também atenuam os agravos psicológicos e sociais o coletivo de trabalho, persistência, sensibilidade e a construção de laços sociais.