Você finge não ver e isso dá câncer: controle do câncer de mama no Ceará, 1960-1980

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira, Thayane Lopes
Orientador(a): Teixeira, Luiz Antonio da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24007
Resumo: Esta dissertação analisa a construção do câncer de mama como um problema de saúde pública no Ceará entre as décadas de 1960 e 1980. Nosso objetivo é discutir como as estatísticas oriundas do Registro de Câncer do Ceará atestaram o crescimento da incidência do câncer de mama em contraposição aos índices do câncer de colo do útero. A construção do cenário epidemiológico se deu a partir da oposição entre a caracterização de câncer da modernidade e do desenvolvimento (câncer de mama) e câncer da pobreza e do subdesenvolvimento (câncer de colo do útero). Diante do crescimento da incidência do câncer de mama, médicos e gestores dos serviços de câncer articularam ações de controle baseadas na noção de diagnóstico precoce. Os médicos cearenses falaram para e sobre as mulheres. O discurso do controle pautou principalmente a responsabilização das mulheres sob o cuidado de si em dois sentidos: a prática rotineira do autoexame das mamas e a busca imediata por atendimento médico nos casos de sinais ou sintomas estranhos. O sucesso do tratamento, as chances de cura e a diminuição da mortalidade foi diretamente relacionada à vigilância feminina sobre a própria saúde. Nossa discussão foi realizada a partir de publicações epidemiológicas sobre o câncer no Ceará, revistas médicas, artigos científicos e os jornais O Povo e Diário do Nordeste.