Trabalhadores comerciários: uma experiência do saber operário na construção de conhecimentos sobre vigilância em saúde do trabalhador

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Braga, Daphne
• Orientador(a): Vasconcellos, Luiz Carlos Fadel de
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48783

Esta pesquisa articula o \201Csaber operário\201D das trabalhadoras e trabalhadores comerciários com a academia e o Fórum Intersindical Saúde, Trabalho e Direito (FIS/Fiocruz). O estudo parte de uma demanda do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro (SECRJ) à academia, mais especificamente ao Curso de Mestrado Profissional em Vigilância em Saúde do Trabalhador da Fundação Oswaldo Cruz (MPVISAT) em 2017, para que as questões de saúde/doença relacionados ao trabalho no comércio fossem investigadas. O objetivo da dissertação foi realizar pesquisa associada entre academia e trabalhadores comerciários, mediados pela sua representação sindical, tendo por horizonte a construção de conhecimentos subsidiários da vigilância em saúde do trabalhador, a partir da percepção dos trabalhadores sobre a relação saúde-trabalho, conjugando o saber operário e o saber científico. Objetivou, também, analisar a experiência de ruptura do atual SECRJ com a gestão anterior, empossada pela ditadura militar de 1964, marcada pela corrupção e nepotismo, que se perpetuou até 2015; caracterizar o setor comerciário em suas inúmeras variáveis de atuação; e apontar elementos de conteúdo para a confecção de um instrumento pedagógico sobre a relação saúde-trabalho para a categoria. A pesquisa seguiu a metodologia qualitativa de busca bibliográfica utilizando as categorias centrais do objeto da dissertação: \201Csaber operário\201D, vigilância em saúde do trabalhador e trabalhador comerciário. As bases indexadas: Lilacs, Scielo, Periódicos Capes e BVS mostraram que a busca, quando realizada com os três grupos de palavras ao mesmo tempo, não evidenciou resultados. Foram, igualmente, analisados os dados de bancos públicos: IBGE, RAIS, CNAE, INSS e Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho do Ministério Público do Trabalho. No campo empírico foram utilizadas as técnicas de grupo focal, com dirigentes sindicais e trabalhadores de suporte das atividades do SECRJ, e de entrevistas semiestruturadas com trabalhadores comerciários, selecionados aleatoriamente nos núcleos de atendimento sindical e em estabelecimentos diversos. Justificou-se a pesquisa pela magnitude das questões de relevância sanitária da categoria, trazida pelo sindicato ao FIS/Fiocruz, com indicadores empíricos de adoecimento, acidentes e mesmo mortes relacionadas ao trabalho, cuja visibilidade epidemiológica oficial não corresponde à falados trabalhadores.