Condições de moradia e mobilidade de usuários de crack no nordeste no período 2011-2013

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Santos, Raquel Rodrigues dos
Orientador(a): Bastos, Francisco Inácio Pinkusfeld Monteiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49455
Resumo: O uso de crack no Brasil iniciou-se a partir da década de 90. Entre 2001 e 2005, a prevalência do consumo de crack teria aumentado substancialmente no país, se disseminando, rapidamente, por todas as regiões do Brasil. A problemática que envolve o crack traz à tona a vulnerabilidade, evidentemente ampliada, de quem mora na rua. A mobilidade dos usuários de drogas é outro aspecto importante a ser analisado. O Objetivo geral desse estudo é analisar o perfil associado à condição de moradia e os padrões de mobilidade de usuários de crack do Nordeste, no período 2011-2013. Este projeto utiliza dados da Pesquisa Nacional Sobre o Uso de Crack, inquérito realizado em 2012, em cenas abertas para consumo do Nordeste do Brasil. As análises levaram em consideração o plano amostral, incorporando à análise as ponderações pertinentes. O primeiro artigo comparou as características sociodemográficas, o uso de drogas, comportamentos sexuais, utilização de serviços de saúde e o envolvimento com o crime de usuários de crack domiciliados e em situação de rua. Realizou-se análise discriminante para analisar as características dos usuários de crack e outras drogas segundo sua condição de moradia e análise de correspondência para verificar a relação conjunta entre as características pesquisadas e os grupos de usuários com e sem moradia. O modelo final da regressão logística evidenciou as variáveis que se mostraram significativamente associadas a morar na rua: "idade", "sexo", "trabalho", [frequência a] "serviços que oferecem alimentação gratuita", frequência a "Caps-ad", "detenção no último ano", "uso de tabaco e oxi nos últimos 30 dias". Na análise de correspondência foi observada a relação de proximidade no espaço analítico das variáveis "troca de sexo por drogas", "trabalho informal" e "desemprego", "idade" >31 anos, "não acesso a Caps-ad nos últimos 30 dias", "problemas com a justiça criminal" e "sexo feminino" com o fato de um subconjunto de usuários de crack estarem desabrigados. O segundo artigo analisou aspectos da dinâmica socioespacial da população de usuários de crack na cidade de Teresina. Para isso, realizou-se análise espacial utilizando técnicas de geoprocessamento. Foram elaborados mapas temáticos através do Sistema de Informação Geográfica (SIG) QGIS, versão 3.6 e foram geocodificados os locais de entrevistas, empregando para essa finalidade o Sistema de Vigilância e Controle (ViconSaga). A distribuição espacial observada da população de usuários de crack em cenas abertas na cidade de Teresina se mostra mais densa e dinâmica no bairro do "Centro", se caracterizava, à época, como polo de atração de usuários originários de outras regiões. Diferentemente do Sul/Sudeste, pouco se sabe sobre usuários de crack em contexto na Região Nordeste do Brasil.