Genética e questões bioéticas: possibilidades e desafios para o Ensino médio

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Machado, Maria Helena
• Orientador(a): Meirelles, Rosane Moreira Silva de
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49357

Os progressos científicos e as inovações tecnológicas evidenciam a necessidade de se discutir como a sociedade deve lidar com o uso de novas técnicas, práticas e formas de ver o mundo. Reconhecendo-se a escola como espaço de debates acerca da bioética, em virtude de o desenvolvimento do conhecimento e tecnologias na área da genética, das últimas décadas, impactarem as condições da vida humana, o objetivo desta tese foi discutir a importância da bioética no campo da genética para o Ensino Médio. Para tanto, pesquisaram-se, por meio da análise de conteúdo, documentos curriculares da educação básica e vinte livros didáticos de dez coleções, para compreensão das abordagens sobre as questões bioéticas no âmbito da genética. Na sequência, professores de Biologia de duas escolas públicas, localizadas em Pinheiral-RJ foram entrevistados a fim de investigar as práticas educativas sobre temas polêmicos no ensino de genética. Foram analisados, também, os conhecimentos dos alunos das turmas acompanhadas na pesquisa sobre genética e bioética. Por fim, elaborou-se uma proposta didática à luz da aprendizagem baseada em problemas, buscando-se evidenciar potencialidades e limites sobre o debate bioético no campo da genética. Concluiu-se que os PCNEM, referentes ao ano de 2002, dão mais ênfase às questões bioéticas no ensino de genética do que a BNCCEM, relativo ao ano de 2018, e que onze dos vinte livros didáticos pesquisados abordam as questões bioéticas, mas de maneira tímida, além de não haver propostas metodológicas para abordagem da temática. Docentes apontaram dificuldades em mediar o debate considerando a temática incipiente em livros didáticos e a grade curricular, o que se reflete na fala dos alunos sobre o tema, pois, embora eles tenham curiosidade sobre os avanços da genética, apresentam imprecisão conceitual sobre tais avanços e falta de conhecimento sobre bioética. Sugere-se a necessidade de implementação de novas abordagens nas aulas de Biologia que contemplem a conquista da autonomia crítica e moral do aluno. Esperase, assim, contribuir para o debate sobre a bioética e avanços da genética por meio da proposta de abordagem direta, e discussão de casos, para aproximar tal debate ao cotidiano do estudante.