Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Campos, Helena Maria |
Orientador(a): |
Schall, Virgínia Torres |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4282
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Resumo: |
A saúde sexual é definida como a habilidade de mulheres e homens para desfrutar e expressar sua sexualidade, de forma positiva, informada e protegida (BRASIL, 2007). Entretanto, fatores associados à saúde sexual e reprodutiva de adolescentes vêm sendo considerados um problema de saúde pública, como a gravidez precoce, altos índices de DST/AIDS e outros agravos (UNICEF, 2011). O objetivo desta pesquisa foi compreender os significados e sentidos que os sujeitos adolescentes atribuem à iniciação sexual e ao cuidado com a saúde sexual para apreender novos saberes que possam subsidiar a promoção da saúde sexual e reprodutiva. Na primeira etapa desenvolveu-se uma pesquisa documental para situar o cenário da pesquisa. Na segunda etapa realizou-se análise descritiva de dados secundários apresentados na Pesquisa Nacional sobre a Saúde do Escolar (PeNSE, IBGE,2009) para conhecer o cenário da iniciação sexual. Na terceira etapa realizou-se a pesquisa qualitativa aqui entendida como um conjunto de práticas interpretativas que busca investigar os sentidos que os sujeitos atribuem aos fenômenos e ao conjunto de relações em que eles se inserem (Minayo, 2008). O marco referencial que orientou esse estudo foi o das representações sociais, utilizou-se a observação participante e entrevistas semi-estruturadas como instrumento de coleta de dados e análise de conteúdo (Bardin, 1977) para interpretação das informações. Foram entrevistados 23 adolescentes, do sexo feminino e masculino, de idade entre 14 a 18 anos, alunos de três escolas estaduais de Belo Horizonte. Após essas etapas foi construído um material educativo composto por oficinas em sexualidade com um grupo de adolescentes para promover a saúde sexual e reprodutiva a seus pares. Para os adolescentes entrevistados a adolescência é marcada por mudanças nas formas de pensar e agir com assunção de responsabilidades, a iniciação sexual é vivenciada como processo crescente de aprendizagem e autonomia, as marcas do relacionamento amoroso se apresentam com características opostas entre o “ficar” e o “namorar” nas dimensões do tempo, dos afetos e do compromisso. Esses adolescentes destacam a preferência pelo namoro demarcando a necessidade de ter afeto, sentimento e confiança. Apontam caminhos para a saúde sexual como informações de qualidade; diálogo na família, na escola e com os parceiros; relações afetivas e amorosas que restaurem a auto-estima, pois amar e ser amado é que dá sentido às suas vivências. Indicam que a educação em sexualidade vem se focalizando mais na prevenção, desvestida de amor e do cuidado, de um responsabilizar-se de via dupla com a vida: a responsabilidade daqueles que estão envolvidos com a educação dos adolescentes, assim como a responsabilidade desses consigo e com os outros. Os dados sinalizam que a educação em sexualidade deve ir muito além de práticas preventivas, abordando o cuidado nas suas múltiplas dimensões, pois o cuidado é mais que uma atitude, é um “modo de ser” no mundo. É uma “Educação para o cuidado” que os adolescentes desejam, uma educação que possibilite o movimento de construir-se “no” e “pelo” ato de viver, através de interações intersubjetivas afetivas e compreensivas, propiciando a criação de projetos de vida que abranjam as dimensões corpóreas e espirituais de nossa existência, dando um sentido ao viver enquanto viver. |