Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Tavares, Camila Bastos |
Orientador(a): |
Marin, Victor Augustus |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/35959
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Resumo: |
O processo de hemodiálise tem a água como o veículo primordial na terapia renal substitutiva, tanto na preparação do fluido como na reutilização dos dialisadores. É um processo essencial na vida de pacientes com insuficiência renal crônica, mas ao mesmo tempo em que modificou o prognóstico dos pacientes com insuficiência renal, vem sendo responsável por complicações cuja intensidade e frequência são cada vez mais descritas na literatura. Estudos mostram que bacilos Gram negativos não-fermentadores são capazes de se desenvolver rapidamente em soluções e equipamentos de diálise, podendo estar relacionados à ocorrência de bacteremias, reações pirogênicas, infecções, hipotensão, instabilidade cardiovascular, dor de cabeça e náuseas. No Brasil, a legislação que regulamenta a qualidade microbiológica da água potável é a Portaria Nº 2914 de 2011, enquanto que a água destinada ao processo de diálise é regulamentada pela Resolução Nº 11 de 2014 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Apesar da legislação brasileira estabelecer critérios para os limites da presença de bactérias do grupo dos coliformes, dentre os quais correspondem a cerca de 20 espécies de bactérias Gram-negativas, não especifica a presença de bacilos Gram-negativos não fermentadores. Uma vez que bactérias Gram-negativas não fermentadoras são as principais responsáveis pela presença de endotoxinas bacterianas, formação de biofilme e múltiplas resistências a antibióticos, torna-se necessária a formulação de limites quanto a presença destes microrganismos na água utilizada no processo de diálise. No presente estudo foram avaliados a qualidade microbiológica da água de hemodiálise conforme o preconizado na legislação vigente, bem como a presença de bacilos Gram-negativos não fermentadores nas amostras de 16 clínicas de hemodiálise do Rio de Janeiro. As amostras foram coletadas de quatro pontos distintos de cada clínica: da torneira de abastecimento de água (água potável, pré-osmose reversa), da torneira do filtro de osmose reversa (pós-osmose reversa), da máquina de diálise (amostra da solução de hemodiálise) e a amostra do reuso do dialisador. Das dezesseis clínicas avaliadas neste trabalho, sete (43,75%) tiveram o resultado insatisfatório quanto à quantidade de bactérias heterotróficas, cujos valores excederam aos limites estipulados na legislação. Em nenhuma das clínicas foi observada a presença de coliformes fecais e Escherichia coli. Quanto à presença de bacilos Gram-negativos não fermentadores, foram identificados neste trabalho, Pseudomonas aeruginosa (12,8%) Stenotrophomonas maltophilia (18,75%), Burkholderia cepacia (6,25%), Acinetobacter lwoffii (6,25%), Brevundimonas diminuta (12,5%), Moraxella osloensis (12,5%), Sphingobacterium multivorum (6,25%), Achromobacter xylosidans (6,25%), Sphingomonas paucimobilis (6,25%), Achromobacter denitrificans (6,25%) e Ralstonia pickettii (6,25%), todos estes, passivos de causar infecções em pacientes imunossuprimidos. Dentre estes, P. aeruginosa, Acinetobacter spp, S. maltophilia e o Complexo B. cepacia são descritos pela ANVISA como os principais bacilos Gram negativos não-fermentadores de importância médica. Tendo em vista que pacientes submetidos ao processo de hemodiálise por um período de três anos, ficam expostos a uma quantidade de água superior a utilizada por uma pessoa em condições normais de saúde durante toda a sua vida, a utilização de um fluido de qualidade tende a minimizar infecções e consequentemente garantir uma maior sobrevida de pacientes com doenças renais crônicas. |