Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Felzemburgh, Ridalva Dias Martins |
Orientador(a): |
Reis, Mitermayer Galvão dos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4268
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Resumo: |
A leptospirose tem emergido como um importante problema de saúde pública no mundo. Em Salvador, esta zoonose é responsável por epidemias anuais que acometem principalmente indivíduos residentes em comunidades negligenciadas. Poucos estudos foram realizados no intuito de compreender a carga da doença e os fatores de risco para infecção. Estudos longitudinais são necessários para guiar intervenções de saúde pública voltadas para a prevenção da leptospirose urbana. Objetivos: 1-Determinar a soroprevalência de infecção prévia por Leptospira e identificar fatores de risco sociais e ambientais para infecção prévia por Leptospira, 2- avaliar a dinâmica nas taxas de infecção para três anos de seguimento da coorte e identificar possíveis fatores de risco para infecção. No presente estudo, foi realizado um estudo de coorte prospectiva com 2.003 residentes selecionados randomicamente em uma comunidade carente em Salvador-Bahia que foram acompanhados por três anos. Entrevistas domiciliares e inquéritos com Sistema de Informação Geográfica foram realizados anualmente para obter indicadores demográfico-comportamentais e geocodificar possíveis fontes ambientais de contaminação, respectivamente. O teste de microaglutinação foi utilizado para avaliar amostras sorológicas obtidas anualmente e identificar infecção por Leptospira. Em relação ao primeiro objetivo, 15% dos 3.171 participantes apresentaram evidência sorológica para infecção prévia pela Leptospira. Fatores associados de forma independente à infecção prévia por Leptospira foram: idade, tendo os indivíduos acima de 45 anos o maior risco entre as faixas etárias, sexo masculino, áreas com risco para alagamento com esgotos abertos, proximidade do domicílio a acúmulo de lixo, ver ratos, presença de galinhas no domicílio, raça negra e baixa renda. Cada acréscimo de 1 dólar na renda familiar per capita reduziu em 11% o risco de infecção prévia (IC 95%, 5%-18%). A respeito do segundo objetivo, 121 indivíduos foram infectados uma ou mais vezes (140 infecções no total) entre 1.300 (65% de 2.003) indivíduos da coorte que completaram os 3 anos de seguimento. A média de incidência anual de infecção foi 35,9 por 1.000 pessoas-ano (IC 95%, 25,8- 46,0), sendo a de infecção primária 32,2. Infecções repetidas foram comuns nesta população, isto se observa pelas taxas de infecção secundária 126,8 e infecção terciária 250,0. Fatores de risco independentes para infecção por Leptospira foram: idade, tendo como referência crianças de 5-14 anos, 15-24; 35-44; 45 ou mais; sexo masculino, residir a até 20m de esgoto aberto e a até 20m do ponto mais baixo no vale, raça negra e renda per capita. A cada dólar acrescido à renda familiar per capita foi decrescido em 24% o risco de infecção (IC 95%, 7%-38%). O número de infectados foi muito superior ao de casos graves notificados. Identificamos um grupo de risco nesta comunidade que está sendo infectado por Leptospira repetidas vezes. O presente estudo indica que medidas preventivas devem focalizar deficiências de infra-estrutura que servem como fontes de transmissão. Intervenções mais efetivas precisam se concentrar especialmente nos adultos jovens e os mais desfavorecidos nestas comunidades. |