Avaliação das dosagens de 40mg/kg e 60 mg/kg do praziquantel quanto à segurança e aspectos da morbidade da infecção por S.mansoni em adolescentes residentes em São Lourenço da Mata, área endêmica da esquistossomose em Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Zani, Luciana Carvalho
Orientador(a): Coura, Lea Camillo, Domingues, Ana Lúcia Coutinho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37722
Resumo: Um ensaio clínico randomizado e duplo cego foi realizado em adolescentes para avaliar a eficácia e segurança da dosagem de 60 mg/kg de Praziquantel em comparação com a de 40 mg/kg em uma comunidade representativa da área endêmica da esquistossomose. A fibrose periportal (FP) e sua regressão, seis e doze meses após o tratamento foi avaliada pela ultrassonografia. Um total de 196 adolescentes com mais de 100 ovos por grama de fezes (opg) pelo método Kato-Katz (dois exames, duas lâminas cada) foram recrutados. A segurança foi avaliada 4h, 24h e 21 dias após o tratamento. Uma coorte de 167 indivíduos foi acompanhada pela USG. A presença/ausência de FP e os padrões de imagem (A a F) foram determinados de acordo com o protocolo da OMS (Niamey). Nos tratados com 40mg/kg de PZQ, as médias geométricas de opg foram 309,7 antes do tratamento, 1,96 após seis meses e 3,63 após doze meses; nos tratados com 60mg/kg as médias foram, respectivamente, 319,9 opg, 1,28 opg e 2,18 opg. A redução da carga parasitária foi significativamente maior no grupo de 60mg/kg. Não houve relação entre a severidade da fibrose e a intensidade da infecção. A prevalência de FP era de 46,1% antes do tratamento, 43,7% após seis meses e 34,7% após doze meses. Houve diferença na reversão da FP quanto ao sexo A proporção de meninas (37,8%) que melhoraram o padrão de fibrose ao final de um ano foi significativamente maior do que a de meninos (21,8%), (OR=2.263; IC 95:4.491-1.140). Os padrões de imagem para fibrose encontrados antes do tratamento foram: A (46,7%), B (23,9%), C (28,1%) e D (1,2%). O tratamento resultou em melhora nos padrões de fibrose doze meses depois A (60,4%), B (8,4%). A redução nos casos de FP recente (B) confirma o benefício do tratamento na prevenção das formas graves, o que ocorreu neste estudo independentemente da diferença na dosagem do PZQ. As chances de agravo da FP são maiores em adolescentes do sexo masculino. O agravamento da FP, nesta área endêmica, não está relacionado à intensidade de infecção. Independente da dosagem, os principais eventos adversos foram: dor abdominal, dor de cabeça, vômito e tonteira. Apenas esses dois últimos foram significativamente diferentes entre os grupos, sendo menos prevalentes no grupo de 40mg/kg.