Rotavírus a genótipos G5 e G1 associados ao genótipo P[8] circulando no Brasil de 1986 a 2013variabilidade genética pré e pós-vacinação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Marcelle Figueira Marques da
Orientador(a): Leite, José Paulo Gagliardi
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/12122
Resumo: Os rotavírus da espécie A (RVA) são os principais agentes etiológicos causadores de gastroenterite aguda (GA) em crianças \2264 5 anos e, anualmente, são responsáveis por aproximadamente 196.000 casos de óbito infantil em todo o mundo. Diferentes mecanismos genéticos (mutações pontuais, rearranjos genéticos, reestruturação de segmentos genômicos (reassortment) e recombinação genética) estão envolvidos na geração de variabilidade genética destes vírus. As combinações genotípicas mais encontradas mundialmente são: G1P[8], G2P[4], G3P[8], G4P[8] e G9P[8], entretanto, os países em desenvolvimento apresentam uma maior variabilidade genotípica entre as cepas circulantes. No intuito de se compreender a diversidade dos RVA, em 2011 foi proposto um novo sistema de classificação para os RVA baseado no sequenciamento nucleotídico dos onze segmentos gênicos destes vírus. No presente estudo foram realizadas análises filogenéticas dos onze genes de 28 cepas brasileiras de RVA de genótipo G5P[8] coletadas entre 1986 e 2005, 90 cepas de RVA de genótipo G1P[8] em diferentes regiões brasileiras entre 1986 e 2013, além do perfil de flutuação do genótipo P[8] no Brasil durante as últimas 3 décadas Os resultados demonstraram que as cepas brasileiras de genótipo G5P[8] e G1P[8] possuem uma constelação gênica do genótipo Wa-like (I1-R1-C1-M1-A1-N1-T1-E1-H1), com exceção de duas cepas G1P[8], que apresentaram o genótipo T3 (genótipo AU-1-like), comumente detectado em felinos. Foi proposta a classificação do genótipo G5 em 3 linhagens diferentes (I, II e III), de modo que a linhagem I circulou no Brasil entre 1986 e 2005 e a linhagem que está circulando atualmente entre países dos continentes Africano e Asiático pertencem à linhagem III. Os resultados permitiram demonstrar que a prevalência do genótipo G1P[8] variou anualmente no Brasil e que o genótipo G1 circulou em associação com as linhagens P[8]-1, P[8]-2 e P[8]-3 no país. A vacina RV1 apresenta especificidade P[8]-1, enquanto as cepas que estão circulando atualmente são P[8]-3. A análise do perfil de P[8] no Brasil demonstrou que no país circularam as linhagens P[8]-1, P[8]-2 e P[8]-3 e a variabilidade verificada para a linhagem P[8]-3 permitiu a sua classificação em 6 sublinhagens (P[8]-3.1 \2013 P[8]-3.6). Portanto, a melhoria dos programas de vigilância de RVA através de estudos que incluam a análise dos 11 segmentos gênicos das cepas circulantes no país contribuirá para entender melhor alguns pontos ainda não esclarecidos a respeito da biologia dos RVA, como de que maneira a introdução de um esquema de vacinação em massa pode influenciar na circulação de RVA em humanos e animais e a real frequência de detecção de eventos de reassortment entre cepas de espécies diferentes ou entre cepas selvagem e vacinal na população